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Entrevista aos Sister

Na última década, o grupo sueco Sister, de metal influenciado pelo sleaze-punk, vem ganhando a reputação de ser uma das experiências ao vivo mais intensas e memoráveis. Os Sister tocam punk-metal cru, pesado e energético e tornaram o seu nome visível ao lançarem álbuns aclamados pela crítica e fazendo inúmeras tournées por toda a Europa. Considerando que o seu próximo álbum "Vengeance Ignited" está prestes a ser lançado no dia 26 de fevereiro, a Metal Imperium conversou com Cari Crow, o baterista da banda, para saber mais sobre estes jovens carismáticos. Todos os fãs de ótimas melodias, guitarras pesadas e bateria agressiva devem ler a entrevista e ouvir a sua discografia.

M.I. - Olá! Espero que estejas bem! Como foram as férias? 

Estou bem, obrigado! Foram boas, agradáveis e fáceis, não estive com muitas pessoas, apenas com alguns membros da família, e foi bom. 


M.I. - O novo álbum "Vengeance Ignited" será lançado no dia 26 de fevereiro de 2021 pela Flick Records. Estás entusiasmado? 

Estou muito animado! É o primeiro álbum em cinco anos desde o último lançamento, e estou muito animado. Temos trabalhado em algumas das músicas desde os preparativos para o álbum, mesmo antes disso, e finalmente conseguimos lançá-las. Acho que colocamos as 10 faixas mais fortes em que estivemos a trabalhar. Estou muito animado, porque acho que tudo resultou muito bem e estou muito feliz com isso. 


M.I. - Este será o vosso 4º álbum… como é que os Sister evoluíram ao longo dos anos? O que mudou no vosso som? 

Eu diria que ficamos um pouco mais pesados. A cada álbum sempre empurramos um pouco mais e tem sido um desenvolvimento natural, já que mudamos alguns membros da banda e os novos tipos que chegam trazem sempre algo novo, uma nova energia, e sentimos que com os novos membros e coisas assim, temos que nos provar e melhorar o tempo todo... 


M.I. - 5 anos se passaram desde que lançaram o último álbum “Stand up, Forward, March!” em 2016. Por que demoraram 5 anos para lançar novo material? 

Bem, como disse, são basicamente algumas dessas canções que começamos a escrever antes. O nosso guitarrista Tim deixou a banda em 2017 e isso fez-nos perder o foco, e tivemos que reconstruir a banda quando encontramos o novo guitarrista para ocupar o lugar do Tim. O Martin, que tocava baixo, começou de novo com a sua banda e tivemos que mudar, que começar a procurar baixistas, portanto foi muito mais a situação dos membros, mas também o Jamie e eu mudamo-nos de Estocolmo, onde vivíamos, compramos casas, o Jamie teve uma filha e outras coisas a acontecer na vida pessoal que combinadas com a mudança de membros... Bem, precisávamos daquele tempo para respirar fundo e começar de novo. 


M.I. - Lançaram o vídeo do novo single "Scream For Pleasure" no dia 18 de dezembro de 2020. Foi um presente de Natal antecipado. Como têm sido as reações a todos os singles e vídeos até agora? 

A de "Scream For Pleasure", particularmente, foi incrível. Acho que é a melhor resposta de todos os tempos! Agora, com as listas do Spotify e contas de artistas do Spotify e tudo mais, podemos manter o controlo de tudo e, ontem, o "Scream For Pleasure" entrou nas nossas cinco músicas mais transmitidas no Spotify de todos os tempos e foi lançado nem há um mês. Tem sido muito bom e, também estamos muito felizes com o vídeo, que é ótimo para mostrar o novo álbum. Tem sido avassalador. 


M.I. - Quem escreve os roteiros dos vídeos? Porque esse vídeo é um pouco intenso! Estou sempre a pensar no que vai acontecer à miúda! 

Escrevemos os roteiros se houver um vídeo. Não sei mesmo quem tem essas ideias, já que nós fazemos um brainstorm delas em conjunto. Neste vídeo, trabalhamos com um tipo novo chamado Filip Tell, nunca tínhamos trabalhado com ele antes, e tivemos uma reunião e debatemos todas essas ideias, como tocar num hangar muito grande. Precisávamos de ter uma história paralela real que visualmente não é nada do que fizemos antes. Fomos nós, a banda, e Filip, o produtor, que inventámos isso. 


M.I. - E a última cena, o último segundo do vídeo, em que ela está a pegar no martelo... esperamos que termine bem! Haverá um seguimento para este vídeo? 

Oh, nunca pensei nisso! É uma boa ideia! Talvez a escreva. 


M.I. - A banda está a lançar algumas faixas do novo álbum... por que escolheram estas? “Vengeance Ignited” é óbvia, mas quais foram os critérios em que basearam a escolha das outras? 

Tentamos fazer com que os singles mostrassem todo o espectro do álbum. O single anterior chamava-se “Primal Rage”, é a faixa mais pesada do álbum, e depois temos “Scream for pleasure”, que é como um hino, uma coisa melódica. Temos a faixa-título “Vengeance Ignited”... tentamos mostrar todos os espectros do álbum e a ideia original era lançar o álbum em novembro / dezembro do ano passado, mas depois a pandemia blablabla, todas essas coisas, e tivemos que adiar para fevereiro. Pensamos que não poderíamos manter o silêncio até fevereiro, e lançamos mais dois singles: “Scream for pleasure” e "Primal Rage". Na década de 80, não se podia lançar metade do álbum antes, mas, hoje em dia, com cada pequeno lançamento, podes realmente dar passos em frente e ficar ativo com novas músicas e ainda ter metade do álbum restante para quando o lançarmos em fevereiro. 


M.I. - Então, vocês acreditam que vai ajudar a aumentar as vendas? 

Espero que sim, mas é difícil focarmo-nos e pensar nas vendas de CDs. Hoje em dia, é muito mais sobre streams e visualizações, pode-se ler e analisar isso mais facilmente do que vendas de CD. Em alguns países, ainda se vendem CDs, mas, na Suécia, diria que é impossível vender um CD, mas o vinil está a ir muito bem aqui. É difícil, apenas esperamos que os nossos fãs o comprem. 


M.I. - De todas as faixas do novo álbum, “Primal Rage” é uma das canções mais brutais da banda até hoje. De onde vem toda a raiva? 

Oh, não sei! Quando escrevi “Primal Rage”, é mais fácil concentrar-me nas coisas más, na raiva e na frustração. Não posso escrever quando estou feliz e satisfeito e tudo está bem. Mas é mais fácil colocar as notas em papel e numa música quando tens sentimentos agressivos e raivosos e, como disse antes, a nossa música ficou mais pesada com o passar dos anos, e isso veio naturalmente. 


M.I. - Eu diria que é como se a doçura tivesse saído do prédio... E o Martin Sweet realmente saiu... 

Não sei! Ele estaria de acordo com estas músicas também. Ele ouvia muito mais coisas pesadas, e para ser honesto, acho que quando ele entrou e quando saiu, isso não afetou o nosso som, nós teríamos lançado essas músicas de qualquer maneira. Tenho a certeza disso! 


M.I. - Desde que ele saiu e foi substituído, sentiram alguma mudança significativa na banda? 

Apenas para melhor! Quando o Frederick, o novo baixista, entrou na banda, foi como colocar lenha no fogo! Ele é tão enérgico, tem muito boas ideias e enche a sala com boa energia. É tão positivo! Já estamos a trabalhar em algumas ideias para novas músicas e ainda nem lançamos este álbum, por isso estamos num bom lugar agora. 


M.I. - Ok, disseste que escreveste “Primal Rage”. És o escritor principal? 

O Jamie e eu escrevemos as letras e melodias para a maioria das partes deste álbum. O Jamie faz a música. É diferente. Eu não escrevo muitas músicas, algumas músicas eu faço, mas concentro-me principalmente nas melodias e especialmente nas letras e essa é a minha parte e a de Jamie. Sim, nós é que tratamos disso. 


M.I. - Sobre o que gostas de escrever? Quais são os teus tópicos favoritos? 

Como disse, não sei por quê, não sou uma pessoa zangada, mas a frustração e coisas assim estão sempre lá de alguma forma. Gosto de tópicos ocultos, sombrios e também gosto de coisas sociais, tipo como os humanos são hoje em dia e que tipo de emoções isso desencadeia. Eventualmente, isto causa muita frustração, quando vês o mundo hoje! 


M.I. - Na tua opinião, das faixas deste álbum, qual é a mais forte? 

Oh, é tão difícil de dizer! Com “Scream for pleasure”, olhei para algumas notas que tinha escrito antes, quando trabalhávamos com o álbum, e perguntamo-nos se deveríamos usar esta música ou não. Isto aconteceu apenas algumas semanas antes de gravá-la, foi uma faixa de última hora e, agora, está a subir e a ter mais visualizações dia após dia! Acho que os nossos fãs e ouvintes realmente gostaram dela, mas é tão difícil dizer antes. Acho que a faixa-título “Vengeance Ignited” é uma música porreira. Também acho que a faixa chamada “Spitfire” que ainda não lançamos... o Tim e eu estávamos a trabalhar nesta música em 2015... esteve a marinar todos estes anos e, agora, finalmente a gravamos e é uma faixa de rock realmente 100% pesado. Nós temos uma música chamada “Psycho thrilling” que votamos na banda para ver se deveria ser um single ou não e não chegou aos singles, mas acho que é uma faixa muito forte também. 


M.I. - Todos os títulos dos álbuns são bastante “inflamatórios”, por assim dizer... é uma maneira de chamar a atenção do ouvinte? Para criar polémica? 

Não quero um título que já foi usado muitas vezes antes... Quero encontrar algo único nele. Não precisa de ser difícil, apenas algo que te faz pensar. Quando escrevo letras, acho que é muito importante para mim. Só pelo título da faixa “Scream for Pleasure”, eu quero ouvir a música! “Primal rage”, também quero ouvir essa música! A primeira frase de quase todas as letras que escrevo é muito importante, porque é isso que atrai o interesse do ouvinte. Portanto penso muito sobre os títulos e principalmente nas primeiras linhas das letras, acho que é importante captar a audiência com isso. 


M.I. - É como a primeira página de um livro! Se a leio e não gosto, acho que o livro não é bom! 

Exatamente! Sim, está certo! O título revela que tipo de música é... a lenta deste álbum chama-se “Whispering Winds”, que não é uma faixa pesada. 


M.I. – Vocês têm influências de todos os tipos de música e misturam tudo… mas quem vos tem influenciado mais ultimamente? As influências mudaram ao longo dos anos? O que tens escutado ultimamente? 

Não diria que mudaram, todos nós somos influenciados por bandas clássicas de rock dos anos 80 como Wasp, Kiss e Alice Cooper, coisas assim. Isso nunca vai mudar! Ainda ouvimos essas bandas quase todos os dias, mas estou a tentar acompanhar e seguir o cenário do rock, ouvindo novas bandas e algumas delas nem são novas, existem há 10 ou 15 anos. Também temos as nossas raízes nas bandas clássicas de punk e rock, mas a cena dos anos 90 tinha de tudo. Acho que recebo muitas emoções e tiro inspiração de quase tudo que ouço e vejo, não precisa de ser uma banda de rock, pode ser qualquer coisa, e é revigorante. 


M.I. - Sim, mas continuas a ouvir aqueles álbuns antigos, porque é isso que eu faço! Volto frequentemente a esses álbuns porque parecem ser tão perfeitos! Mesmo gostando de conhecer novas bandas! 

Sim, é realmente assim! Eu ouço Kiss e gosto de todos os álbuns. Posso passar alguns meses ou talvez um ano sem ouvi-los e depois penso “oh, tenho de ouvir isto de novo!”. Isso nunca vai acabar, pelo menos espero que não. Sim, ouço coisas novas, mas também ouço toda a discografia de Alice Cooper. É música muito boa! 


M.I. - Depois de três álbuns de estúdio com a Metal Blade Records e algumas mudanças na formação dos Sister, sentiram que era hora de tentar algo novo... como surgiu o contrato com a Flick Agency? Eles contactaram-vos ou foi o contrário? 

Apenas surgiu e foi uma escolha nossa! Tivemos uma reunião em 2015 e pensamos que precisávamos de uma mudança, e foi quando surgiu a ideia de seguir caminhos separados da Metal Blade. Na época, tínhamos um empresário, Eric Granville, e ele concordou com a ideia, talvez a tivesse forçado um pouco como empresário que trabalha aqui na Suécia. Tínhamos uma editora com sede em Los Angeles, foi muito difícil com toda a comunicação, e tomamos a decisão de nos separarmos e seguir caminhos diferentes para o álbum seguinte. Foi um processo muito longo, e até posso acrescentar isso à tua pergunta anterior sobre por que demorou tantos anos para o novo álbum... acho que um ano e meio teve a ver com a separação da Metal Blade e conseguir uma nova editora. 


M.I. - A Inspired Artist Agency é a vossa nova agência de reservas no Reino Unido e têm alguns dos melhores artistas de rock da atualidade, como Skid Row, U.D.O., Hank Von Hell, The Quireboys e HEAT. Estão ansiosos para expandir no mercado do Reino Unido... de que forma isso ajudará os Sister? 

Não sei! Não experimentamos ainda por causa da pandemia e outras coisas, e agora temos uma agência de reservas separada aqui para a Suécia e Escandinávia. Temos uma para a Europa e uma nova no Reino Unido, e espero que eles se concentrem nos seus mercados e territórios e que possamos trabalhar bem como cabeças de cartaz, banda de apoio, festivais, o que for... Espero que cada agente penetre bem no seu mercado e nos coloque lá! É o que espero! 


M.I. - Sim, também espero! A banda andou em tournée com bandas conhecidas da cena metal e hard rock, como U.D.O, Skid Row, Wednesday 13 e Hardcore Superstar. Como foram essas experiências? O que aprendeste, se é que aprendeste alguma coisa? 

Sim, aprendemos muitas coisas apenas por estar na estrada, a tocar todas as noites, a viver juntos aquela vida. Aprendemos e vimos como eles faziam. Os primeiros anos de muitas bandas de rock são mais focados na festa e na bebida, mas vimos nestas bandas que elas não são nada perfeitas... existem coisas boas e más e, com sorte, vês e aprendes com as coisas boas. Como mencionaste, os Skid Row foram incríveis também! Nós sentimos que eles não escolheram qualquer banda, eles realmente queriam-nos a nós em tournée e ficamos muito honrados com isso. Passamos muitas noites sentados com o Snake dos Skid Row e ele descreveu a carreira e a composição deles, como fizeram no primeiro álbum, disse cenas tipo “vocês precisam de pensar sobre isto, sobre isto, nunca desistam”. E aprendemos muitas coisas com esses tipos! 


M.I. – O Sebastian ainda era o vocalista? 

Não, não era! Também não era o mesmo tipo que está agora, mas o cantor que estava com eles na época, acho que esteve com a banda mais tempo do que o Sebastian! Também era um tipo porreiro. Também aprendemos muito quando andamos em tournée com os Wedndesday 13, fizemos alguns concertos com eles na Europa e no Reino Unido. Quando falaram sobre o mercado deles nos Estados Unidos... disseram que andam em grandes autocarros de tournée aqui na Europa mas, nos EUA, andam numa pequena carrinha mal cheirosa... por isso, tivemos uma pequena dica sobre as tournées nos Estados Unidos. 


M.I. – Nomeia uma banda com a qual gostarias de andar em tournée e por quê? 

Oh, isso é muito difícil! Se acompanhássemos alguma grande banda, acho que nos encaixaríamos bem com o Marilyn Manson ou o Rob Zombie, mas é muito difícil, há tantas bandas boas por aí! Estávamos prestes a sair em tournée com os Wasp neste outono, mas não aconteceu. Gostaria de pensar que seria bom para nós, mas talvez não seja a melhor banda para nós conquistarmos novos públicos. Com bandas como os Arch Enemy ou cenas assim, acho que poderíamos conquistar um pouco do seu público. 


M.I. - “Vengeance Ignited” será lançado e vocês provavelmente esperam fazer uma tournée… já têm algum plano ou estão à espera para ver como a pandemia evolui?! 

Na verdade, estamos apenas à espera por agora, enquanto esboçamos alguns planos, mas é tipo “ok, devemos ou não devemos?!”. Temos todas as outras bandas de amigos nossos que tiveram que cancelar e depois cancelar novamente e nós pensamos “Nah, não queremos fazer isto”... é muito trabalho, custos e, agora, basicamente, estamos apenas à espera. É a triste verdade! 


M.I. - Alguns festivais aqui em Portugal foram remarcados para este ano e agora estão a ser remarcados para o próximo ano, por isso mesmo os promotores provavelmente não se arriscarão a fazer reservas porque sabem que as coisas podem piorar com o vírus… 

Sim, sim, exatamente! É horrível, mas essa é a verdade, e sim, é muito triste. 


M.I. – Vocês nunca tiveram a oportunidade de tocar em Portugal, certo? 

Não, nunca! Nem nunca estive aí! Mas devemos ir? 


M.I. - Sim, acho que sim! 

Com estas coisas agora, com o vírus, não sei quando isso será possível! Como é a cena do rock aí, é boa? 


M.I. - Sim, acho que é boa! Somos um país pequeno, mas somos muito dedicados, temos muitos festivais dedicados ao rock e ao metal. Acho que a cena é boa, mas não estou numa banda, apenas entrevisto bandas, tenho uma pequena ideia do que acontece, mas acho que há uma boa cena aqui. O público geralmente é “louco” e todas as bandas gostam de tocar aqui, acho que vocês também gostariam! 

Sim, sim, parece muito bom! Quer dizer, adoraríamos ir a Portugal, claro! 


M.I. - Durante os últimos dez anos, os Sister ganharam a reputação de ser uma das melhores bandas do género ao vivo... como ganharam essa reputação? O que vos diferencia das outras bandas? 

Nós damos 100% de tudo quando tocamos ao vivo. De 2011 a 2015, tocamos o tempo todo! Quando falamos no backstage, é tipo “Ok, vamos partir esta m*rda toda” e vamos para o palco. Se falharmos algo, se saltarmos uma nota, tanto faz, não importa. Está tudo na nossa atitude. Desde o primeiro dia, em que éramos banda suporte, é uma situação meio perdida, como se nós seríamos melhores do que a outra banda e coisas assim. Portanto, tocar ao vivo é basicamente a razão pela qual começas uma banda de rock, se me perguntares. É aí que podes colocar toda a energia! 


M.I. - Além disso, todos vocês têm grande presença de palco e carisma, o que também ajuda e são jovens. O Jamie está na banda desde o início e alguns membros mudaram... 

O Jamie dá sempre 100% em tudo! Podemos falar nos bastidores “ok, vamos fazer isso e aquilo” ... e quando ele entra em palco, não se lembra do que falamos. Não se pode falar com ele, ele está descontrolado, só podes falar com ele 30 minutos depois do concerto… 


M.I. – Alguma vez imaginaste que andarias em tournée pelo mundo com a tua própria banda e serias uma espécie de ídolo para algumas pessoas? 

Não sei! Quer dizer, sonhei com isso e esperei por isso e e foi tipo “ok, precisamos de tentar”. Em alguns momentos, como nos grandes festivais, quando olho e vejo multidões incríveis... às vezes simplesmente pergunto “é real?”. Estou feliz e satisfeito por termos feito isto! Quer dizer, ainda lutamos e queremos escrever músicas melhores e tocar para um público maior. Ainda temos um longo caminho a percorrer! 


M.I. – Os Sister vivem de acordo com o lema “Sexo, drogas e rock n 'roll” ou há algum que se encaixa melhor? 

Eu diria que sim, quando tínhamos 16 ou 17 anos! Era isso que queríamos fazer! Esse lema... sim, nós vivemos de acordo com ele, durante alguns anos. Hoje em dia nem tanto! Agora nós continuamos com o rock and roll e bebemos algumas cervejas, mas não se pode ficar nesse caminho para sempre, senão fica-se deprimido. O foco é a música e não se pode desperdiçar o que se tem e se usássemos drogas, se nos concentrássemos noutras coisas, não estaríamos aqui. Como disse, nos anos que se passaram entre estes álbuns, estamos mais focados do que nunca e isso é por causa do nosso amor pela banda, pelo trabalho na música e por escrever novas músicas. Esse é o foco número um, mas não vou mentir... talvez aquela coisa de sexo, drogas e rock and roll nos tenha viciado em primeiro lugar! 


M.I. - Qual foi o ponto alto da carreira dos Sister até agora? 

Não sei por quê, mas são os lançamentos dos álbuns e as tournées. Mas também quando me perguntam isto, eu penso nos festivais, como quando tocamos no Sonosphere em Madrid 2011... essas coisas aparecem e é tipo “uau”. Isso foi um verdadeiro destaque, tocámos no palco grande com os Slayer, os Metallica, os The Offspring, os Mastodon tocaram depois de nós, por isso eu diria que aqueles festivais bombásticos... toda a jornada é especial, claro, mas essas coisas destacam-se! 


M.I. - Cari, desejo que 2021 seja um ótimo ano para os Sister. Que o vosso novo álbum entre em todas as tabelas e que todos os teus sonhos se tornem realidade. Muito obrigada por responderes às minhas perguntas. Alguma palavra final que gostarias de partilhar? 

Muito obrigado pelas perguntas! Como já dissemos, o novo álbum “Vengeance Ignited” sai no dia 26 de fevereiro e esperamos que o mundo se abra novamente para podermos sair em digressão. Adoraríamos visitar Portugal e, quando isso acontecer, espero ver-vos por lá! Adeus!

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Entrevista por Sónia Fonseca