Mais um álbum de Sodom? Poderão alguns legitimamente perguntar torcendo o nariz, devido ao elevado número de trabalhos que estes germânicos mandam cá para fora. Porém, talvez “Genesis XIX” possa ser mais do que apenas “mais um álbum”.
Um dos expoentes máximos no que ao thrash metal germânico diz respeito, os Sodom marcaram posição juntamente com bandas como os Destruction, ou os Kreator, ainda na década de 80. O seu número de lançamentos de álbuns e miniálbuns, é realmente digno de registo. Até hoje, dia em que escrevo estas linhas, está marcado pelo lançamento de mais um EP. Mas vamos a “Genesis XIX”.
Talvez os Sodom não se tenham conseguido reinventar, tal como fizeram por exemplo os Kreator já no decorrer deste século, mas se tal não aconteceu, não foi por falta de tentativas. Falar de Sodom é falar de Tom Angelripper, líder incontestável desta banda que de vez em quando lhe dá uns abanões, esperando que de lá caia algo. A última vez que o tentou foi em 2018. Lutando contra o status quo, despachou os membros da banda e foi buscar - e rebuscar - novos músicos, em busca de sangue novo, mas também experiência.
Após uma intro que merece respeito, surge Sodom & Gomorra, primeiro single deste trabalho, um tema bastante old school que poderia perfeitamente encaixar em álbuns antigos como: Persecution Mania, ou mesmo Agent Orange. Talvez o grande culpado seja Frank Blackfire, guitarrista que participou nesses dois álbuns icónicos e que agora está de volta. Apresentando-se agora como um quarteto, a sua música tem muito a ganhar com a adição desta segunda guitarra. Euthanasia, o tema seguinte, parece querer confirmar aquilo que vamos encontrar durante estes 55 minutos: temas a rasgar, sem que se tire o pé do acelerador. A música que dá nome ao álbum é bastante trabalhada, com uma guitarra ao início que no faz recordar Black Sabbath, mas apenas aí, o resto é Sodom puro e duro.
Ao chegarmos ao quinto tema, somos brindados com letras em alemão e temos de chegar ao décimo primeiro para encontrarmos o segundo single de “Genesis XIX”, trata-se de Indocrination e é sem dúvida alguma outra grande malha, com o baixo de Angelripper a dizer presente, com uma distorção que nos faz recordar o malogrado Lemmy. O disco termina da mesma forma como teve início, ou seja, em alta rotação. Se existe algo em abundância neste registo são músicas rápidas, do género a que os Sodom nos habituaram. Friendly Fire é por isso, apenas mais uma excelente malha, que encerra devidamente este álbum.
27 de novembro foi a data de lançamento deste “Genesis XIX”, um belo álbum na minha opinião, e que apenas vem confirmar que esta lendária banda alemã continua a saber fazer bons discos. Talvez vos dê vontade de ouvir este trabalho uma e outra vez, aconteceu comigo.
Nota: 8.8/10
Review por António Rodrigues