Um dos nomes de maior relevo da cena thrash inglesa, Onslaught, está de volta após sete anos de ausência no que a longas-durações diz respeito. Este "Generation Antichrist" é o sétimo álbum de estúdio da banda de Nige Rockett, o único membro resistente da formação original e que carrega a bandeira do grupo de uma forma admirável.
Em "Generation Antichrist" fica vincado, mais uma vez, que Nige é o nome incontornável do percurso de Onslaught, não só por ser o membro com maior longevidade, como também por conseguir manter a banda em bom nível, pese embora as imensas mudanças de formação, que sucederam ao longo de um percurso que teve uma longuíssima interrupção pelo meio.
Em boa hora a banda britânica voltou à atividade, num momento em que o interesse pelo thrash metal voltou a estar na ordem do dia, e surpreendeu com o fortíssimo "Killing Peace" (2007), o disco que antecedeu o igualmente óptimo "Sounds of Violence" (2011). Dois anos depois, "VI" foi um álbum com os mesmos predicados sónicos que os seus antecessores, embora talvez menos fulgurante no que diz respeito à qualidade global dos temas.
Este novo trabalho, "Generation Antichrist", não se desvia da sonoridade praticada pelo grupo inglês desde a sua reunião, mas também não soa a uma reciclagem de temas anteriores, fruto da grande capacidade de Nige Rockett em criar novos riffs marcantes. A força dos riffs é mesmo a grande virtude desta banda, e isso explica que mesmo com a saída de Sy Keeler do grupo, vocalista no clássico "The Force" e nos primeiros três álbuns pós reunião, a qualidade musical se mantenha nos novos temas. O recém-chegado David Garnett pode não possuir o carisma vocal de Sy Keller e ter um timbre um pouco diferente, mas não destoa e mantém um nível bastante similar nesse aspeto. A música praticada pelos Onslaught continua maioritariamente rápida, com alguns (poucos) temas mais a meio tempo, orelhuda, thrash metal até aos ossos, embora com alguns momentos com groove que estão presentes na música da banda, desde que esta iniciou a sua segunda vida. Liricamente, os temas de Onslaught podem continuar a não ter a mesma profundidade de outros nomes do thrash, mas no capítulo do entretenimento não são muitas as bandas deste subgénero que batem a veterana banda britânica, nestas últimas décadas.
É realmente bastante difícil ouvir os nove temas que compõem este "Generation Antichrist" e não abanar a cabeça ao som dos mesmos. Pode não ser o álbum definitivo dos Onslaught, mas é uma divertida e consistente proposta musical para os fãs de thrash metal, nesta altura de confinamento.
Nota: 8.3/10
Review por André Santos