Se há coisa deprimente que a pandemia trouxe foi a mudança de paradigma em relação à música e aos espetáculos ao vivo. Numa entrevista para a Metal Jacket Magazine, na esperança de que esta situação deprimente se altere, Wolf Hoffmann, membro original dos Accept, pioneiros do Metal alemão, oferece o seu ponto de vista quanto ao que será o “novo normal” do pós-pandemia:
“Espero que não seja o novo normal como o temos agora, com recolheres obrigatórios, quarentenas e tudo isso; mas quando toda a gente estiver vacinada ou imune, ou pelo menos a maioria das pessoas, talvez a vida volte perto do normal (…) Desde que possamos ter concertos, não me importo com o ‘novo normal’, porque a vida sem concertos é… Não sei, não vale a pena ser vivida.”
Hoffmann compara este momento histórico com os ataques terroristas ocorridos em 2001 nos E.U.A., na medida em que ambos definiram enormes mudanças às quais tivemos de nos habituar:
"Talvez venha a ser como foi com o 11 de Setembro. Antes podias ir para o aeroporto e seguir para a porta de embarque sem controlo de segurança e essas coisas. Depois, quando tudo mudou, e depois de mudar, nada voltou ao normal. Portanto, pode ser que, a partir de agora, venhamos a ter medidas diferentes e que elas venham para ficar. Não me parece que tenhamos de usar máscaras para sempre, mas tenho a certeza de que certos elementos deste tipo de comportamento vieram para ficar. Não consigo imaginar que um dia todos digam ‘ah, acabou tudo, esqueçam tudo, voltem todos ao normal’. Talvez isso nunca venha a acontecer”.
Os Accept preparam-se para lançar o seu 16º álbum de originais, “Too Mean to Die”, a 15 de janeiro, sob a tutela da Nuclear Blast. Será o seu primeiro álbum desde a saída de Peter Baltes (substituído por Martin Motnik no baixo). A entrevista de Hoffmann para a Metal Jacket Magazine pode ser ouvida através do vídeo abaixo.
