Parece que a pandemia trouxe a criatividade ao de cima às inúmeras bandas que se viram num hiato forçado. Tal como os Slipknot, como noticiámos recentemente, também os Mastodon poderão vir a lançar algo no próximo ano. A questão é saber não só quando vão lançar, mas também quanto vão lançar.
Numa entrevista recente para o programa de rádio “Full Metal Jackie”, o baterista Brann Dailor revelou que, apesar do contexto atual com que todos nos deparamos, nem tudo é terrível:
“É um bom problema para se ter. É também um pouco stressante, porque sinto que tivemos uma folga demasiado prolongada. Tal como muitos outros grupos, tivemos demasiado tempo livre e estamos constantemente a trabalhar. Tivemos de deitar tudo abaixo durante uns quantos meses, mas estamos de volta. Acho que é bom que ainda tenhamos vontade de vir cá e trabalhar no nosso projeto de vinte anos ao qual temos dado o nome de Mastodon. Excita-me porque cada vez que abordamos a ideia de compor novo material, pensamos ‘bom, quando é que este poço vai secar? Quando é que vamos voltar lá sem encontrar nada’?”
Ao que parece, a resposta à sua própria pergunta é “não tão cedo”:
“Às vezes pode surgir um caso ligeiro de bloqueio de escrita, ou noutras pode ser um caso grave. Felizmente, não é o nosso caso. Temos tido uma abundância de material e bastantes coisas muito boas. O mais difícil é escolher o que vai acabar no álbum, porque a esta altura já temos demasiadas canções. Queremos lançar entre dez a doze, talvez, e já temos umas trinta. (…) Também há sempre espaço para novas ideias. No outro dia estávamos a ensaiar, tínhamos umas trinta canções que podíamos estar a rever e começámos a compor material novo. É uma espécie de 'PÁRA TUDO!', mas ao mesmo tempo também é 'não paremos'.”
O que podemos então esperar do(s) sucessor(es) de “Emperor of Sand”, de 2017? Poderão os Mastodon seguir a via dos Metallica com “Load” e ReLoad”, ou lançar um álbum duplo? Para já, Dailor descarta a segunda hipótese:
“É muito. É demasiado [risos], mas acho que é o que se está a materializar. As que queremos tocar mais que as outras são as que vão sair, mas até aquelas de que estamos mesmo a gostar são demasiadas – são para aí umas vinte. (…) Por muito que pense que não é muito bom ter um [álbum] guardado, também não penso necessariamente que é grande ideia lançar um álbum duplo. Não vejo problema nenhum em gravar um álbum completo e, visto que não vamos poder ir logo em digressão, gravar outro álbum completo não muito tempo depois. Acho que é uma possibilidade que venhamos a ter bastante música e material de que gostemos muito e que o lancemos ao público enquanto estamos presos neste esterco.”
Seja como for, não seria a primeira vez que os Mastodon apresentariam novo material mais do que uma vez no mesmo ano. Em 2017, meses depois do lançamento de “Emperor of Sand”, lançaram também o EP “Cold Dark Place”, que incluiu temas gravados durante as sessões do último, bem como do seu antecessor, “Once More ‘Round the Sun”, de 2014. Resta aguardar para saber o quão rico será o próximo ano em termos de Metal Progressivo.
Por: Daniel Lucindo - 30 novembro 20