O baixista dos Deep Purple, Roger Glover, revelou recentemente numa entrevista para a Den of Geek que, com demasiado tempo livre, é inevitável que a banda não leve muito tempo a criar um sucessor para “Whoosh!”, lançado no passado mês de agosto.
“Toda esta situação da COVID implica que não podemos andar em digressão. Temos andado de braços cruzados há mais de um ano e a ideia tem sido de voltar ao estúdio e criar outro álbum, portanto é nisso que estamos a trabalhar. Não passou muito tempo desde o último, e isso pode estragar um pouco as coisas, mas vamos tentar criar um novo algures durante o próximo ano.”
Glover falou também sobre o processo criativo dos Deep Purple, que talvez não considere muito ortodoxo comparativamente a outras bandas, embora o considere fluido e muito democrático:
“As nossas músicas vêm de ensaios e improviso. Não chegamos mesmo a compor, as canções acabam apenas por evoluir à medida que tocamos. A primeira sessão de composição normalmente é bastante divertida. Exploramos diferentes ritmos, riffs e afins, e depois fazemos uma pausa para ouvir, perceber quais é que queremos desenvolver, e é nisso que consiste a segunda sessão. Depois vamos para o estúdio e gravamos, mas aí raramente temos letras ou vozes já bem definidas. Normalmente só quando temos todos os instrumentos gravados para o álbum é que o [vocalista] Ian Gillan e eu vamos para algum lado sozinhos e trabalhamos nas letras. Há vezes em que ele escreve sozinho, noutras vezes escrevo eu sozinho, noutras escrevemos em conjunto. E é assim que funciona. (…) Não vamos para uma sessão já com algo que se assemelhe sequer a uma canção já acabada. Vamos com uma ideia e trabalhamos nela em conjunto. Tem de ser um trabalho coletivo. É esse o propósito da banda – ser um coletivo. Uma pessoa, por si só, nunca poderia compor um tema dos Deep Purple. É um trabalho que requer os cinco membros. (…) Sempre o fizémos assim. É uma forma estranha de compor, eu sei. A maior parte das pessoas compõe antes de ir para o estúdio, enquanto que nós compomos depois de irmos para o estúdio, mas é assim que funcionava quando me juntei à banda, em 1969. Tem sido assim desde então.”