A primeira parte deste “Phanerozoic” pecava pela sua curta duração. Ainda que 47 minutos sejam bem melhores que 25 ou 30 minutos, para uma banda que já nos habituou a coisas tão boas, sete bons temas (sendo que 5 deles mostravam exatamente o que esta banda ainda é capaz de fazer), deixa qualquer um ansioso por mais e fazem com que esses 47 minutos saibam a pouco.
Eis então a aguardada segunda parte, com os oito temas que irão completar o disco anterior e (possivelmente), todo o ciclo das Eras da Terra que a banda iniciou em 2006 com o excelente “Precambrian”.
Logo após a entrada suave com “Triassic”, a banda consegue pôr o ouvinte no mood certo para apreciar um álbum do grupo liderado por Robin Stapps. Quando entra logo de seguida a épica e explosiva “Jurassic/Cretaceous”, que muita gente já conhece, visto ser o tema de apresentação do disco, então o pensamento que fica a dominar o ouvinte é mesmo “Uau! E isto ainda mal começou!”
Mas esse é mesmo o ponto alto do álbum. Há que admitir que este é um daqueles trabalhos que tem um tema muito melhor que todos os outros, que se destaca, mas isso não quer dizer que um grupo tão conceituado como os The Ocean não tenham preparado um disco carregado de qualidade e de grandes momentos como já é habitual. O equilíbrio que a banda sempre conseguiu manter entre peso devastador e melodias encantadoras é algo que a não foi posto de parte. Assim como a exploração sem restrições de outras texturas musicais e a colaboração de artistas convidados de peso. Neste caso, o destaque vai para Jonas Renske, dos Katatonia (que já havia estado presente na primeira parte desta obra), emprestando a sua característica voz em “Jurassin/Cretaceous”, e Tomas Hallbom, o primeiro vocalista da banda, que volta a dar voz aos The Ocean em “Paleocene”, o tema mais agressivo do disco e que pisca o olho às influências mais hardcore dos tempos de “FluXion” e “Aeolian”.
Posto isto, o resto deste álbum flui bastante bem, num tom melodioso que faz lembrar as baladas de “Heliocentric”, conseguindo também ter algumas que não são assim tão memoráveis.
Posso voltar a cair na repetição, mas realmente é triste que “Phanerozoic II” não fique melhor que aquela fantástica segunda faixa. Quer isto dizer que este é um disco fraco ou medíocre? Nada disso: “Phanerozoic II” é um grande álbum de metal e que vai pedir para ser revisitado, mesmo pelos fãs mais exigentes dos The Ocean e não apenas por causa da “Jurassic/Cretaceous”. O grupo deixa bem justificado o motivo pelo qual são uma das mais reverenciadas bandas da atualidade, mas por outro lado, é bem possível que este seja um dos discos menos impactantes de toda a sua discografia.
Nota: 7/10
Review por Tiago Neves