Ora para aqueles que, como eu, conviveram durante muito tempo com “Antichrist” e “Words That Go Unspocken, Deeds That Go Undone” dos Akercocke e, posteriormente, com o trabalho de The Antichrist Imperium, que apresentam uma visão mais contemporânea dos referidos Akercocke, torna-se evidente que cada projeto com cunho do guitarrista Matt Wilcock é contaminado pelo seu estilo, que é tudo menos primitivo. Com os Werewolves não é diferente.
Não que musicalmente os Werewolves não sejam de facto uma mistura mais ou menos caótica de riffs e letras odiosas, deixando de fora poucas técnicas usadas no Death, Thrash e Black metal, misturando riffs que poderiam figurar nas canções mais viciosas de Marduk, Dark Funeral, Akercocke, Mortician, Deicide e Dying Fetus. No entanto a execução cirúrgica do guitarrista acrobata que é Wilcock, a prestação maquinal de Dave nas peles, a versatilidade de Sam na gritaria e a produção cristalina, que exibe com clareza todos os seus truques e combos, trás a musica do coletivo da pré-história, onde se pretendia, até ao século XXI.
“The Dead Are Screaming” revelou-se uma proposta divertida, malévola, mas longe de essencial ou inovadora – que era precisamente o objetivo dos seus intervenientes.
Nota: 6.5/10
Review por David Silva