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Ulcerate - “Stare Into Death And Be Still” Review


Se há banda que quer  a sua sonoridade com atributos como dissonante, ruidosa, caucófona e sufocante, os neo-zelandeses Ulcerate são uma dessas bandas. São também das poucas que conseguiu uma legião tão acérrima de fãs do seu turbilhão de distorção e ferocidade logo desde cedo na sua carreira e o seu lançamento de 2020 não faz intenções de quebrar a linha de álbuns ilustres que lhes deram o reconhecimento que têm tido.

“Stare Into Death And Be Still” não deve ser visto apenas como o título do novo disco, mas também como a forma de apreciar a música dos Ulcerate: pegar nuns fones que tenham alguma potência e deixar-se mergulhar no caos ilusório e na brutalidade bastante concreta que os Ulcerate tecem a cada minuto e “The Lifeless Advance”, com aquela secção de riffs hipnótica, serve não só de abertura, como também de um empurrão para o meio de temas como “Drawn Into The Next Void” ou “There Is No Horizon”, onde o ouvinte é exposto a toda uma complexidade de camadas de som que a banda distila com uma destreza bastante sólida, sendo que os neo-zelandeses não têm qualquer problema em inserir leads melódicos que não perturbam em nada a tenebrosa atmosfera do disco.

Se os álbuns anteriores não eram fáceis de digerir, “Stare Into Death(…)” leva a medalha de ouro, sendo que nem à terceira rodagem dá para absorver realmente o conteúdo deste disco, no entanto o mesmo continua a seduzir o ouvinte a voltar para mais uma viagem.

Há muitos pensamentos e opiniões com que ficamos ao ouvir “Stare Into Death And Be Still”, mas aquele que vai predominar é que os Ulcerate são mesmo os melhores a serem os Ulcerate.

Nota: 8/10

Review por Tiago Neves