Mais um interessante caso de longevidade o desta banda originalmente inglesa. Falo dos Raven, que nos presentearam recentemente com “Metal City”, o seu décimo quarto álbum de originais. Para quem possa ainda não os conhecer, convém explicar que estes senhores fazem parte do movimento que ficou conhecido como N.W.O.B.H.M. ao lado de bandas como Iron Maiden, Venom, Diamond Head ou Tygers of Pan Tang, só para citar algumas. Outro facto que merece ser realçado, prende-se com as poucas alterações que ocorreram na sua formação. Desde que passaram a trio em 1979, a maioria dos integrantes tem-se mantido, o que se justifica, de certa forma, por dois deles serem irmãos: Mark Gallagher (guitarrista) e John Gallagher (baixista/vocalista). Mike Heller é o atual baterista e a exceção, encontra-se nos Raven desde 2018.
É precisamente a esse novo elemento que a banda deve a sonoridade mais poderosa que pode ser escutada em algumas das faixas deste novo álbum. Heller trouxe sangue novo para a banda e a sua larga experiência (Fear Factory, Control/Resist e tantas outras) mexeu com a música dos Raven, que se desprendeu ligeiramente daquele som tradicional da década de oitenta, mas apenas ligeiramente…
“ExtermiNation”, o anterior álbum de originais de 2015 vinha recheado de grandes malhas, mas este “Metal City” consegue ter ainda mais power, e é aí que se encontra a diferença, mais uma vez por culpa de Heller. Ele consegue levar a música dos Raven para um outro patamar, sem deixar que se perca aquele som característico da banda. Isso pode ser confirmado no álbum ao vivo do passado ano “Screaming Murder Death From Above: Live in Aalborg”, onde os clássicos parecem ganhar nova vida ao som das suas baquetas, mas também nos originais que nos chegam com este último trabalho. “Cybertron” e “Break” são dois temas repletos de energia do princípio ao fim, enquanto em “Human Race” temos o mesmo speed no início e parte final da música, mas a meio da mesma somos convidados a visitar a década de oitenta e o seu som mais clássico. O mesmo acontece com “Not So Easy” e “Top of the Mountain”, onde a guitarra de Mark se junta à voz esganiçada do seu irmão para assumirem mais protagonismo, fazendo lembrar as malhas dos primeiros álbuns.
“Metal City” é um agradável álbum de heavy metal, digno de uma banda com a tradição e história dos Raven. Lembro que eles têm concerto agendado no nosso país para os próximos dias 21 e 22 de fevereiro de 2021, no Porto e em Lisboa, respetivamente, com um cartaz muito atrativo, onde constam ainda bandas como: Wolf; Crystal Viper; Kill Ritual e ainda os Cyber Strike.
Vamos esperar que por essa altura estejam reunidas as condições necessárias para a sua realização, para que possamos todos assistir à interpretação ao vivo de algumas das faixas que compõem este “Metal City”.
Nota: 8.5/10
Review por António Rodrigues
