Este “Lightless” tem por isso a difícil tarefa de ser tão bom, ou melhor, do que os últimos trabalhos dos Loviatar. Embora a tarefa não seja fácil, este novo álbum está também ele muito bom. Continuando fiéis ao seu estilo doom, a sonoridade deste quarteto é, porém muito mais do que apenas isso e estende-se por outros campos como o sludge, gótico, psicadélico e o pós metal. O resultado é uma sonoridade extremamente rica e agradável ao longo dos trinta e oito minutos de duração. Pode parecer pouco, mas também há quem defenda que os melhores perfumes vêm normalmente nos frascos mais pequenos. O que se passa aqui é simples, os Loviatar concentraram a sua música, tal como têm por hábito fazer, tendo como máxima que mais vale trinta e oito minutos de muito boa música que cinquenta, ou sessenta de temas não tão bons.
Nas letras destes seis temas eles deixaram de lado a fantasia e a mitologia para se debruçarem sobre a existência humana, o eu próprio, tudo visto sobre um ponto filosófico, inspirado por obras de Emile Zola e Thomas Ligotti.
“Lightless” foi gravado pelo baixista da banda, Mike Bond, no seu próprio estúdio no Quebec. Foi também ele que se encarregou de todas as misturas deste álbum que saiu no passado dia três de abril pela mão da Prosthetic Records. Se não conhecem a banda, escutem este álbum, mesmo que não sejam fãs de doom metal. Poderão ficar surpreendidos de forma positiva. Estamos perante um trabalho com atitude, forte, com garra, grande surpresa.
Nota: 8.8/10
Review por António Rodrigues