About Me

Joe Satriani - "Shapeshifting" Review


O mais recente álbum de Joe Satriani abre com o tema-título, com um novo grupo de músicos a acompanhá-lo, sendo de destacar o baixista Chris Chaney dos Janes’ Addiction, e o baterista Kenny Aronoff (baterista de sessão com décadas de carreira); a restante instrumentação, nomeadamente teclados, fica a encargo de Eric Cadieux.

Ora, tanto o primeiro como o segundo tema, “Big Distortion”, são temas rock simples onde a guitarra de Satriani, continua a servir de veículo para a sua voz. “All for Love” é um tema melancólico, com a ambiências de teclado interessantes. “Ali Farka, Dick Dale, an Alien and Me” é um tema de ritmo latino e mais interessante, lembrando-me dos portugueses “Blasted Mechanim” pela fase de Namaste. “Perfect Dust” surge no espectro musical oposto, parecendo inspirado pelo blues-rock tradicional dos ZZ Top.

Um dos aspectos mais interessantes deste álbum é a forma como cada instrumento está equilibrado na mistura, conseguindo-se ouvir cada um facilmente, sendo efetivamente um dos mais bem conseguidos sonoramente da carreira de Joe Satriani, tal é óbvio desde o tema-título até ao pesado “Teardrops”, onde a secção rítmica se destaca mais (assim como os sinos perto do final). Tal volta a suceder no tema “Here the Blue River”, de ritmo reggae, algo raro nas composições do guitarrista, mas bem conseguido.

“Nineteen Eighty” é, por sua vez, mais rápido e tradicional, onde “All my friends are here” é festivo (atenção ao baixo a acompanhar a linha de guitarra aos dois minutos). Apesar de cada tema ter algo que vagamente o distingue dos demais, a ausência de algo notável é infelizmente um aspecto negativo deste álbum como um todo (“Falling Stars” seria um ponto alto do álbum, não fosse demasiado semelhante a outros temas a meio tempo já presentes no mesmo).

Apesar de bem executado e com alguns momentos interessantes, Shapeshifting, não se consegue destacar dos demais álbuns de Joe Satriani, sendo uma colecção de músicas que podem ser mais interessantes para fãs de longa data ou fãs de rock instrumental. No entanto, o melancólico “Waiting”, é uma boa surpresa a destacar, por ser um raro recurso ao piano como instrumento harmónico, com a guitarra apenas focada na melodia e que termina abruptamente. E ainda, a própria variedade de estilos a que recorre ao longo do álbum é algo interessante de se observar (folk a fechar o disco com “Yesterdays’ Yesterday”).

Nota: 6/10

Review por Raúl Avelar