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Entrevista aos Paralydium


Se gostas de Metal Progressivo, então este álbum e banda são para ti. Porquê? Podemos estar perante os sucessores dos Dream Theater. A Metal Imperium teve o prazer de falar com dois dos membros da banda (Georg Härnsten Egg - Bateria e John Berg - Guitarras) sobre “Worlds Beyond”, lançado no dia 12 de junho (Frontiers Music Srl), para saber como eles se sentem por serem comparados com uma das mais importantes bandas, o vídeo da música, letras, gosto musical pessoal e muito mais.
Uma nova era para a banda e género acaba de começar e ainda bem que assim é!

M.I. - Olá, rapazes. Obrigada por me receberem. Como é que vocês e as vossas famílias estão?

John & Georg: Obrigado por nos receberes a bordo!
Estamos muito bem, o verão ainda está aqui, então não há do que reclamar! (por enquanto:))


M.I. - O vosso primeiro nome foi “The Paralydium Project”. Porquê a mudança?

J: No início era apenas um projeto, mas após o lançamento do EP com sucesso, decidimos tornarmo-nos uma banda.
Mudar o nome para "Paralydium" marcou a nossa nova era, por assim dizer (e tornou-a um pouco mais fácil para as pessoas pronunciarem também )


M.I. - Este projeto esteve na cabeça de John por um bom tempo. Que tipo de projeto idealizavas? Foi difícil torná-lo realidade?

J: Para ser honesto, eu não tinha ideia de como seria. Eu sabia, é claro, que a música seria bem tocada já que os rapazes da banda são músicos excelentes e meus amigos há muito tempo, mas acho que é um dos nossos pontos fortes como banda, começamos pelo amor à música e pela diversão e acho que isso se reflete na nossa música também.


M.I. - O vosso álbum de estreia “Worlds Beyond” foi lançado no dia 12 de junho, pela Frontiers Music Srl e é muito emocionante e inovador. Como foi trabalhar com eles? Eles fizeram alguma pressão?

J: O nosso relacionamento com a Frontiers tem sido ótimo, eles realmente contribuíram, empurrando-nos para outro nível.
Eles têm sido solidários e abertos de todas as maneiras possíveis, incentivando-nos e permitindo-nos fazer o que fazemos e é assim que uma editora deve funcionar.


M.I. - Podemos ouvir riffs pesados, misturados com grooves poderosos, que nos fazem sentir como se estivéssemos noutra dimensão. Que ideias tiveram para as letras? Que elementos procuravam para fazer esta mistura perfeita?

J: Eu e o Georg escrevemos todas as letras juntos e somos grandes fãs de ficção científica e fantasia, portanto temas e histórias como essas vêm facilmente à nossa mente e adiciona um ótimo elemento à música progressiva, na minha opinião.
Sempre gostamos de contar uma história, quando a música era feita era como ler um livro página a página, e tornar a história coerente como uma jornada parecia o caminho certo.


M.I. - Este álbum é sobre a história de um homem na sua busca por poderes superiores. Porém, o que ele descobre durante a sua jornada não é exatamente o que esperava e, como tal, ele precisa repensar o propósito da sua vida. Quem é este homem e o que ele está à procura? Isso é baseado numa história verdadeira? Contem-nos mais, por favor.

Georg: É realmente a clássica história de alguém em busca de poder, assim que o consegue, percebe que não era assim tão importante.
Como um músico que busca a fama e quando a conquista, ainda não está feliz, ele tem que perceber o que é realmente importante na sua vida para encontrar essa felicidade.
É realmente uma história espiritual, e acho que é muito baseada em histórias da vida real e experiências que a maioria de nós teve. O homem não é ninguém em particular, pode ser qualquer um.


M.I. - Quantas músicas escreveram e foi difícil escolher entre elas? Quais foram as mais desafiadoras para vocês?

J: Acho que escrevi cerca de dez ou onze faixas para este álbum, mas acabamos apenas com nove faixas (dez com a faixa bónus do Japão).
A parte mais difícil foi interligar tudo de uma maneira fixe para que o ouvinte pudesse ouvir da primeira à última faixa e sentir que parecia apenas uma música.


M.I. - Quem foi o responsável pelo som, mistura e masterização?

J: Eu fiz a maior parte da pré-produção e algumas misturas neste álbum, todas as guitarras, sintetizadores, baixo e vozes foram gravadas no meu estúdio. A bateria foi gravada no BoomBridge Studios em Kopparberg, Suécia com Mats Ericsson (ele também misturou e masterizou o nosso EP de estreia), e foi o responsável por fazer este álbum soar tão épico e enorme. Ele fez a maior parte da mistura e masterização neste álbum.


M.I. - Gustavo Sazes é o responsável pela capa do álbum, e já trabalhou com Dynazty, Amaranthe e muitos mais. Foi difícil criar este? Que ideias teve e há um simbolismo?

J: Gustavo é o homem!
Ele é realmente um génio no que faz, lembro-me de explicar-lhe a história do álbum e alguns simbolismos que gostaria de ter, por exemplo, as figuras romanas para ligar o número das faixas e, em seguida, a bússola como guia entre os mundos.
Demorou algumas semanas, e PUM! Primeiro rascunho e estava praticamente pronto, incrível!


M.I. - “Finding The Paragon” é o primeiro single que foi lançado no dia 17 de março e é o início da busca do herói. Foi muito difícil filmar o vídeo e criar este universo?

J: Richard Frantzén é o homem por trás das cortinas, o diretor do vídeo e também o criador do universo.
Nós conhecemo-nos há anos e ele também é um grande fã de metal progressivo, portanto entendeu as minhas visões e tornou-as realidade.
Filmamos o vídeo num estúdio por um dia e foi perfeito, além de ter ficado com um pouco de dor no pescoço por causa do headbanging.
Não é a minha área de especialização, mas sei que o mundo que criamos estava num programa chamado “Unreal Engine” e as câmaras que usamos estavam ligadas de forma a que pudéssemos ver-nos em tempo real parados no deserto headbanging, foi realmente espetacular.


M.I. - "Crystal Of Infinity" foi lançado no dia 19 de maio. Pode ser uma canção de esperança, devido aos tempos em que vivemos?

G: Com certeza que pode! Na história do álbum é uma canção de esperança, já que a personagem principal acaba de conhecer um guia e ser informado de que existe um cristal de infinitos poderes para ser encontrado, que poderia ser a resposta a todas as suas perguntas.
Mas é claro que pode ser usado como uma canção de esperança de todos os tipos. Tem aquele sentimento edificante.


M.I. - Haverá outro vídeo ou single? Podem dar uma dica, por favor?

G: Sim! Estamos a planear fazer pelo menos mais um vídeo. A escolha acertada parece ser "Synergy", já que todo o mundo parece adorar essa música. Eu também acho que é uma das músicas mais progressivas, o que seria um bom contraste com “Crystal”, que é uma música mais direta. Não posso prometer nada, mas é sobre isso que estamos a falar, pelo menos. O futuro o dirá!


M.I. - “Synergy” é pura perfeição no universo progressivo. A voz de Mikael é poderosa e a guitarra e o baixo de John e Jonathan arrasam. Sem falar que Georg e Mikael na bateria e teclado respetivamente são pura alegria para os ouvidos. Como tiveram a ideia dessa música, em termos de riffs, batidas e teclados?

J: Obrigado, fico feliz por ouvir isso! 
Sendo um grande fã de música orquestral e cinematográfica, tento sempre incorporar essa vibe na nossa música.
Realmente gosto de ser melódico na minha escrita apenas para mediar a sensação da paisagem onde simplesmente te afastas para outra dimensão e acho que” Synergy” tem muitos desses elementos, especialmente a parte do meio onde a dinâmica é atenuada e o Mike canta um pouco e eu toco o solo de guitarra. Essa é apenas a definição melódica combinada com todo o peso. Paralydium é isso tudo.


M.I. - Este álbum pode ser o melhor de Metal Progressivo deste ano e os fãs do género estão à espera há muito tempo por um álbum como este. Sentem a pressão de serem comparados com uma banda, como Dream Theater, com este álbum?

G: Muito obrigado!
Se alguém nos comparar aos Dream Theater, é um grande elogio. Sentimos um pouco de pressão no começo, já fazia imenso tempo que o EP saiu e as pessoas esperavam muito de nós.
Mas agora que saiu e a receção tem sido tão boa, não sentimos pressão.
Só podemos fazer o que fazemos! Fazemos músicas que gostaríamos de ouvir e esperamos que mais pessoas sintam o mesmo!


M.I. - Que bandas têm ouvido nestes tempos loucos?

G: Tenho descoberto muita música! Ficar em casa o dia todo tem sido ótimo para isso, assistir concertos no Youtube etc. Phil Collins, Genesis, Mahavishnu Orchestra, Return to Forever, the 1975, Winger, Herbie Hancock... Apenas uma mistura maluca de pop, jazz, metal, reggae, rock, funk, tudo! Novo e velho. Sinto um novo amor pela música agora que não tenho tocado tanto. Acho que foi realmente uma pausa muito necessária para a minha inspiração.


M.I. - Muito obrigada por responderem a estas perguntas. Que conselho gostariam de partilhar com os nossos leitores, fãs e amantes do Metal?

J&G: Obrigado pela entrevista!
Aos nossos fãs: Muito obrigado pelo apoio e pela ótima receção da nossa música. Continuem a partilhar as nossas músicas e vídeos, a comprar os nossos produtos e a divulgar a banda! Não é um género mainstream, mas o metal progressivo tem fãs muito dedicados, juntos podemos fazer as coisas acontecerem. Espero ver-vos todos em palco algum dia!

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Entrevista por Raquel Miranda