Com todas as mudanças de lineup, naturais numa banda que conta já com vinte e quatro anos de existência, os DGM apresentaram-nos no passado dia nove de outubro este “Tragic Separation”. Uma delícia, é o que posso desde já adiantar sobre o último álbum deste italianos.
Este novo trabalho é já o décimo (de estúdio) e promete seguir as pisadas de “Momentum”, de 2013 e de “The Passage”, este último lançado em 2016 e muito aclamado pela crítica. Estamos perante uma daquelas bandas que aposta na composição dos seus temas, dando-lhes tempo, não trocando de forma alguma a qualidade pela quantidade. É por essa razão que este “Tragic Separation” apenas nos chega agora, praticamente no final do ano de 2020. É também verdade que o sucesso de “The Passage” conduziu a uma interessante série de espetáculos, que por sua vez resultaram no álbum ao vivo “Passing Stages: Live in Milan and Atlanta” de 2017. Mas vamos a este “Tragic Separation”:
Algo que de há alguns anos para cá tem vindo a ser imagem de marca dos DGM prende-se com a duração dos seus álbuns, que é de quase uma hora. Neste caso, praticamente 57 minutos de boa música, nada de temas para “encher chouriços”. Segundo os próprios, este “Tragic Separation” levou cerca de um ano a ser composto, portanto, o resultado final tinha obrigatoriamente de ser bom. Quando os temas têm esta qualidade, a mestria de todos os integrantes vem ao de cima: para além da poderosa voz de Marco Basile, temos poderosos solos de guitarra e teclados que evidenciam a técnica dos seus executantes, assim como uma bateria forte, ingredientes necessários para um bom álbum de rock/metal progressivo.
“Flesh and blood” é o tema de abertura e expõe imediatamente o estilo musical característico dos DGM. É um tema forte, com bastante melodia, coros, tudo muito preenchido. “Hope”, um outro tema do álbum é isso mesmo, um pouco mais calmo, aborda a esperança e é o segundo single de avanço deste trabalho. Mais comercial, ou catchy, como há quem diga, é o tema “Surrender”, música que a banda escolheu para seu terceiro single e que realmente fica facilmente no ouvido. O tema que dá nome ao álbum poderá soar um pouco aos Kansas, mas não se assustem, foi propositado. Apenas uma homenagem que eles decidiram prestar.
“Tragic Separation” procura ser um álbum concetual, abordando a vida, as escolhas que somos levados a tomar e as suas consequências. Mas também tem uma mensagem de esperança, muito necessária nos tempos que vivemos. Dentro do metal progressivo eles vão aos limites, sem nunca abandonarem o estilo, fazendo deste novo álbum algo verdadeiramente muito bom, repleto de pormenores muito interessantes.
Nota: 9/10
Review por António Rodrigues