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Entrevista aos Night In Gales


Desta vez, a Metal Imperium entrevistou os Night in Gales e qual a melhor maneira de descobrir esta banda, do que conversar com Jens Basten (guitarrista e um dos fundadores)?! Este álbum, lançado no dia 24 de julho, pela Apostasy Records, é um item obrigatório na vossa coleção.
Conversamos sobre como tudo correu, as letras, a música, a nova formação e como é fazer parte da cena do Melodic Death Metal.

M.I. -  Olá. Obrigada por me receberes. O que tens feito?

Olá, obrigado por me receberes. Está a ser um domingo de preguiça, o primeiro fim-de-semana após o lançamento do 'Dawnlight Garden'. Eu fiz alguma promoção com os média nas redes sociais, tive uma conversa breve com a nossa companhia discográfica, Apostasy Records, além de tudo relacionado com Metal, montei um carrinho de bebé pela primeira vez (risos).


M.I. -  Este álbum “Dawnlight Garden” foi lançado no dia 24 de julho, através da Apostasy Records. É um álbum maravilhoso, que mostra que vocês voltaram às vossas raízes. Como criaram as letras e música? Foi difícil de tocar os instrumentos, que criaram esta atmosfera única? Quão multifacetados são vocês?

É uma coisa natural para mim, compor este estilo de música. Eu ligo o meu sistema de som, agarro numa guitarra e começo. Quase tudo o que gravo nessas sessões de composição, acabam por ficar no álbum. É uma coisa espontânea, não planeio as canções antes. Dou a mim mesmo um prazo para acabar as músicas, letras, arranjos, porque sou uma pessoa impaciente.


M.I. -  Há quanto tempo, planeavam este álbum? Quantas canções escreveram e como é que escolheram as que eram mais adequadas?

Decidimos fazer outro álbum após as primeiras reações ao 'The Last Sunsets' terem chegado. Portanto, foi o período de alguns meses. Houve duas canções, que não chegaram à fase final, e por isso, não estão no álbum.


M.I. -  Quem foi o responsável pelo som magnífico? E que novas caraterísticas é que a equipa trouxe?

Tivemos a mesma equipa que usámos no 'The Last Sunsets'. As gravações da bateria foram no studio141 com o Roger Grüniger, a editar bateria tivemos o Robin Mussmann, no Luna Tonstudio Lünen, vozes e guitarras no meu estúdio caseiro, Metal4Metal Studio, e finalmente e mais importante, a masterização e mistura do álbum foi feita pelo Dan Swanö, nos Unisound Studio.


M.I. -  Costin Chioreanu (At The Gates, Arch Enemy, Enslaved…) foi responsável pela capa do álbum e o fundo tem “toques” dos primeiros dias da banda... o jardim como primeiro plano simboliza o aqui e o agora com os seus diferentes aspetos. Fala-nos mais sobre os símbolos e a sua importância, por favor.

'Dawnlight Garden' simboliza a morte ou, digamos, o que nos espera após a morte e o processo de morrer e deixar fisicamente esta terra. Alguns esperam o inferno, outros o céu, outros esperam renascer. É tudo sobre o futuro, perspetivas do que está além disso.


M.I. -  Este importante artista também foi responsável pela faixa-título. Vocês disseram e passo a citar: “O artista teve a tarefa de projetar a obra de arte para se inspirar apenas na música e nas letras, e o resultado superou em muito as nossas expectativas”. Foi difícil para ele ou vocês deram-lhe alguma ideia ou dicas?

Como eu lhe disse, ele receberia somente o título da canção e as letras, estava tudo bem, pois é o que ele normalmente pede. Mas quando eu disse que o nome do título seria 'Dawnlight Garden', ele ficou muito contente, pois as palavras 'Dawnlight' e 'Garden' trouxeram-lhe vários detalhes visuais à mente em segundos. Ele disse que teve logo imensas ideias e que provavelmente este seria o seu trabalho mais elaborado até ao momento, e foi exatamente o que aconteceu (risos). A obra de arte é muito mais do que poderíamos esperar. É simplesmente impecável e reflete o conceito perfeitamente.


M.I. -  De todas as músicas, quais são as tuas favoritas? Porquê?

Para mim, é 'Beasts Leave Tombs Again' por ser menos melódico e trazer alguma vibe OSDM / Deathmetal / Clandestine. 'Beyond The Light' tem um começo muito forte, que começa o álbum perfeitamente, e também me agrada bastante. O que possui melhor som, é 'Kingdom', a faixa mais incomum e progressiva do álbum.


M.I. -  Após vinte e três anos, regravaram "A Spark In The Crimson Eclipse”, que foi incluída no 7” single “Razor”. Porquê esta música? Foi difícil recriá-la?

Essa faixa foi só lançada apenas nesse 7 polegadas, que esteve esgotado durante bastante tempo e, é uma das nossas melhores composições iniciais. Já era tempo de lhe dar uma segunda oportunidade. E estávamos curiosos para ver como é que essa faixa antiga funcionaria em conjunto com as novas faixas de 'Dawnlight Garden', já que soam aos anos 90, etc. (risos). Foi fácil regravá-la, os riffs apareceram imediamente, depois de alguns minutos de tentativa. Por tocarmos numa afinação mais baixa, agora soa mais pesado.


M.I. -  O Björn Gooßes deixou a banda e o Christian Müller regressou. Existe algum ressentimento entre o Björn e a banda? Segues o seu projeto, “The Very End”? Será possível uma colaboração entre os dois cantores, já que cada um possui uma voz específica?

Bem, não. O Björn teve uma visão diferente, ou digamos, uma abordagem de como a banda continuaria, e decidiu fazer do “Five Scars” o seu álbum de despedida. Houve uma colaboração em 1999 no nosso álbum “Nailwork”, quando o Björn ainda estava na banda, mas o Christian foi vocalista convidado em "All Scissors Smile". Tivemos o Christian eo  Björn, ambos convidados para uma canção em palco, em 2007, quando demos um concerto especial, no Evil Horde Metalfes.
Eu fiz parte dos The Very End nos primeiros meses desde a sua fundação, mas desisti logo depois, quando tive a oportunidade de me juntar aos Deadsoil que, naquela época, estavam prestes a gravar o seu álbum de estreia e iriam para uma tournée de três semanas nos EUA com os Reflux e The Warriors.


M.I. -  Que surpresas podem os fãs esperar? Sei que terão merchandising especial, pela primeira vez na história da banda. Porquê agora? Foi difícil de criá-la?

Como seria esperado que as pré-vendas fossem bem-sucedidas, a Apostasy Records fez 2 caixas de madeira limitadas e diferentes desta vez, e o vinyl em 4 cores diferentes. Também há um pack de t-shirt/digipack. Alguns itens já estão quase esgotados, portanto vai dar uma olhada, caso sejas um verdadeiro colecionador.


M.I. -  Quais são as tuas bandas favoritas? Com quais gostarias de andar em tournée?

Quanto mais velho sou, fico-me com os grandes nomes, a merda que sempre fica, como os Maiden, Thin Lizzy, Bad Religion, NO/FX, Manowar, Metallica, Slayer, e a cena de Los Angeles do final dos anos 80, como GN'R, Love/Hate, Crüe e Whitesnake sçao o que sempre resultou e continua a resultar para mim.
No lado mais sombrio, Morbid Angel, Autopsy, Death, Cannibal Corpse, Entombed, At The Gates, Paradise Lost.


M.I. -  Vocês fazem parte da cena Melodic Death Metal, juntamente com grandes bandas, como Dark Tranquility, Amorphis, Sentenced and In Flames. O que pensas deste género?

No início dos anos 90, tudo começou de forma natural como uma saída das limitações dos padrões do Death Metal, que eram principalmente o estilo OSMD de Estocolmo, o estilo do Reino Unido e o estilo dos EUA/Flórida. Na minha opinião, atos de Death-Doom como Paradise Lost, Amorphis, Anathema e My Dying Bride foram importantes para o movimento inicial aqui. Foi um próximo passo lógico. Os mais importantes são os primeiros álbuns de At The Gates, Dissection, In Flames, Dark Tranquility, Desultory!, Edge Of Sanity e Eucharist. Também importantes são Ceremonial Oath, Unanimated, Decameron, Arch Enemy e do lado do Reino Unido são, sem dúvida, os Cradle Of Filth. Mais tarde, foram adicionados alguns teclados por bandas finlandesas, lideradas pelos Children Of Bodom, a cena Pagan/Viking, e anos mais tarde, foram misturadas por bandas de Metalcore/ NWOAHM. Hoje, tudo o que possas imaginar, é rotulado e comercializado como Melodic Death Metal, mas isso está muito longe do que era chamado de “estilo de Gotemburgo” naquela época.


M.I. -  Vinte e cinco anos passaram e estão mais fortes do que nunca. Como visualizas o futuro da banda e o teu também?

Sim, faz muito tempo, mas fizemos alguns intervalos e não estivemos assinados o tempo todo, portanto, não funcionamos com a força toda o tempo todo. Encontramos agora um bom modo de criar e lançar novos álbuns e não precisamos de tocar tanto ao vivo para promovê-los, pois temos uma editora motivada, a cuidar de uma boa promoção e distribuição. Então, porque não lançar outros álbuns no futuro, vamos ver. Para mim. A maior mudança acontecerá no próximo mês, quando me tornar pai. Como vês, não há monotonia por aqui.


M.I. -  Muito obrigada e mais uma vez, obrigado por responderes às minhas perguntas. Alguma palavra final para os leitores e fãs de Metal por aí?

Obrigado pelo teu apoio. Se és colecionador, visita a nossa loja www.night-in-gales.com para itens especiais, vinyls, t-shirts e patches.
Obrigado a todos que nos apoiam – cheers!


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Entrevista por Raquel Miranda