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Semblant - "Obscura" Review


Foram necessários seis anos para que os Semblant lançassem este “Obscura”, que é apenas o terceiro álbum da banda e que, diga-se, conta já com doze anos de existência. Com tanto tempo a intervalar os dois últimos trabalhos, seria de esperar que saísse daqui uma obra-prima, mas “Obscura” está longe de o ser.

A banda é oriunda do Brasil, mais concretamente de Curitiba e tenta intrometer-se naquele leque de bandas que tocam metal gótico. Apresentam dois vocalistas e usam e abusam da fórmula: vozes masculinas, por vezes guturais, contrastando com uma voz límpida feminina. Também aqui, nada de novo. O certo é que com o anterior trabalho “Lunar Manifesto”, os Semblant conseguiram algum protagonismo, já com “Obscura”, só o tempo o dirá.

Se necessitássemos de uma prova de que a banda alcançou um elevado patamar com o anterior álbum, ela seria dada com a mudança entretanto efetuada para a Frontiers Records, sinal de que o sucesso alcançado foi reconhecido. O que é certo é que não conseguimos encontrar neste álbum um grande Hit, um tema que se destaque, tal como aconteceu com “What Lies Ahead” em “Lunar Manifesto”.

Ainda assim, o que dizer sobre este trabalho? Bons temas, nada de fantástico, entenda-se. Uma vocalista fantástica como Mizuho Lin e bons executantes em todos os instrumentos. Parece a chave certa para o sucesso, mas não é. Falta a composição dos temas e é aqui que “Obscura” perde para o anterior. Os teclados, estranhe-se, parecerem um pouco envergonhados e relegados para segundo plano. Infelizmente, este não é o passo em frente que se pedia, é antes um estagnar, um repetir de fórmula sem sair do mesmo sítio. Não que seja mau, apenas não traz nada de novo. 

As influências desta banda estão presentes em todos os temas e são quase palpáveis. No entanto, também se percebe um deteriorar de qualidade enquanto escutamos o álbum. Os temas vão perdendo força, enquanto avançamos ao longo de “Obscura”. Se tivesse de escolher um como favorito, apostaria em “Dethrone the Gods, Control the Masters (Legacy of Blood Part IV)”, boa e talvez única malha, ou tema digno desse nome.

Resumo e conclusão, “Obscura” não é um álbum extraordinário, mas também não é uma nulidade e se gostaram de “Lunar Manifesto”, é bem possível que se identifiquem com este último registo dos Semblant, lançado no passado dia seis de março. Aquilo que vos posso dizer é que temos tão bom, ou mesmo melhor dentro do nosso país.

Nota: 7.7/10

Review por António Rodrigues