Visto tratar-se de um EP com 4 músicas (pois as ultimas 4 são os instrumentais das mesmas), irei fazer uma análise música a música.
O EP abre com “Savagery in Fundamental Behaviours” (sim, com exceção da última música, todas têm um nome gigante), e que maneira de abrir um EP. A banda decidiu simplesmente despejar todas as suas técnicas nesta música, mas sem dúvida, a coroa tem de ser entregue à bateria, pois Logan Vars faz um trabalho incrível ao longo da música, com mudanças de ritmo constantes, cada um mais devastador que o anterior. As guitarras têm o seu momento de protagonismo logo no início da música, com uma cadência harmónica, e a meio da mesma, quando a música adquire um ritmo ainda mais veloz e feroz. À medida que caminhamos para o fim da faixa, as guitarras fazem um belo trabalho e são elas que passam a conduzir a música, mas a transição é tão “suave”, que nem damos por isso.
A segunda faixa, que tem o nome do EP, parece nem pertencer à mesma banda que acabámos de ouvir, pois o início é bem mais calmo e melódico, assim como os vocais que, de início, são limpos. Mas isso é apenas de início… a música então explode num dueto impressionante entre vocais e guitarras, tendo esta última grandes mudanças de ritmo ao longo desta segunda secção do álbum. Segue-se um solo devastador que nos leva para mais loucura, e é aqui que nos lembramos que a banda tem apenas um guitarrista! Dylan Parker pode não ser um grande vocalista, mas sem dúvida nenhuma, é um excelente guitarrista. A música então evolui para a sua terceira parte, em que reina o caos e tem um fim muito pesado que termina tudo de forma apoteótica.
A terceira música, “Bleeding the Alienist”, é uma música muito mais direta e concisa, tendo contudo as mudanças rítmicas que encontrámos na primeira música. O bridge apresenta um tom um tanto ou quanto ameaçador, até a música disparar numa espiral de violência, começada pelos vocais, que são muito agressivos. À medida que a música se aproxima do fim, vai ficando cada vez mais técnica, e cada instrumento tem a sua oportunidade de brilhar, incluindo o baixo.
A última música, “The Pale”, começa de forma imparável e, mais uma vez, é a bateria que controla a maioria das operações, se bem que acompanhada de perto pelas guitarras. Um exemplo bem ilustrativo, encontra-se a cerca de um terço da música, em que a bateria entra numa rajada de metralhadora, sempre acompanhada pelas guitarras, naquele que seria uma espécie de primeiro solo. A música entra então num interlúdio bastante calmo, semelhante ao presente no início da segunda música, mas não se enganem, este interlúdio serviu apenas para o ouvinte respirar antes de entrar na fase final da música, muito pesada e quase que dominada por completo pela bateria, até o monstro esgotar as suas forças e ir lentamente morrendo até ao fim.
Este EP, a meu ver, tem um único, mas grande problema: a voz. Embora sejam precisos sem dúvida vocais mais agressivos para lidar com as mudanças bruscas existentes nas músicas, temo que Dylan se tenha inspirado demasiado no que toca à sua prestação vocal.
Felizmente, o problema tem uma solução muito simples: ouvir os instrumentais das músicas, que a banda gentilmente disponibilizou no fim do álbum.
Melhores músicas: todas são excelentes, se bem que eu preferi a “A Blunt Description of Something Obscene” e a “Bleeding the Alienist”
Nota: 8.1/10
Review por João Drumond