Os Azusa regressam com
este novo trabalho, dois anos após a surpresa que foi “Heavy Yoke”, o seu álbum
de estreia. Estando agora numa nova editora, a Indie Recordings, este quarteto
que conta na sua formação com membros de países tão distantes quanto Noruega,
Grécia e Estados Unidos, procura agora conseguir a afirmação num estilo musical
muito próprio.
A sua música resulta de
uma fusão de vários estilos e estes são bastante díspares, senão vejamos:
thrash melódico, jazz; hardcore, tudo acompanhado por uns riffs influenciados
pela música pop dos anos noventa. As letras dos temas fazem jus à agressividade
e raiva que eles transmitem instrumentalmente e abordam sentimentos, lutas
interiores e mesmo perda. A ideia parece ser dar alguma continuidade ao que
conseguiram com o álbum de estreia, repetindo a qualidade dos temas, o que se
revela meio caminho andado para alcançarem igualmente o sucesso que obtiveram
com esse trabalho.
Os temas deste “Loop of
Yesterdays” saíram basicamente da mente de apenas dois dos elementos dos Azusa.
Falo do baterista David Husvik e do guitarrista Christer Espevoll, colegas de
armas de há muitos anos, desde os tempos dos Extol. Foram eles os responsáveis
pela criação das músicas desde a sua raiz. Tiveram a importante ajuda de Nick
Terry, que já trabalhou com bandas como Turbonegro, ou Kvelertak para a mistura
do som e de Jens Bogren, conhecido pelo seu trabalho de masterização em bandas
como Opeth e At the Gates. A lista de malta ilustre que colaborou neste
trabalho não se fica por aqui. Também o tema “Detach” teve direito a um solo de
guitarra de autoria de Alex Skolnick dos Testament.
Dez de abril foi a data
de lançamento deste álbum e sendo os Azusa um quarteto, falta ainda referir
dois elementos da banda. Eles são Eleni Zafiriadou que se encarrega das vocais,
com uma voz que tanto pode ser rouca e esforçada, como clara e harmoniosa e
também Liam Wilson, um ex-The Dillinger Escape Plan que se encarrega do baixo.
Vale a pena referir que existem muitos pontos em comum entre a sonoridade desta
última banda e os Azusa.
Apesar de todas as
inspirações, todas as influências dos mais variados estilos, importa reter que
os Azusa não se querem fechar em fronteiras ou o que quer que seja que possa
limitar o seu caminho musical. Eles querem-se mexer sem esse tipo de
preocupações e ninguém sabe como será o próximo álbum. Atitude típica de uma
banda que conta com membros possuidores de uma mente aberta. O resultado, esse,
recomenda-se.
Nota: 8.8/10
Review por António Rodrigues