Álbum extremamente interessante este álbum que os Vëlla nos dão a conhecer como seu trabalho de estreia. Ritmos fortes, apresentando melodias na dose certa, os temas que compõem "Coma", tornam-no num dos melhores álbuns que tive o privilégio de ouvir este ano e não estou a falar apenas a nível nacional.
Mas vamos revelar um pouco mais. Os músicos que fazem parte desta banda não são propriamente uns estreantes nestas andanças. Os Vëlla nascem das cinzas dos Legacy of Cynthia, projeto que nos ofereceu também álbuns muito bons, mas que faz agora parte do passado. No entanto, é daí que provém 80% do ADN dos Vëlla, que é agora a aposta para o futuro e a avaliar por este cartão de visita intitulado "Coma", ele apresenta-se risonho. Os outros 20% chamam-se Pedro Lopes, o homem do microfone, que deve ter razões para estar feliz pois está numa banda com elementos que levam a música muito a sério.
O primeiro tema deste álbum a ser difundido foi “Mannequin” e, apesar de ser um tema forte, não esperem encontrar todos os outros com aquela sonoridade. Temas mais rápidos, temas mais lentos, este trabalho assemelha-se a uma montanha russa cheia de surpresas, cada tema é em si uma surpresa. Por falar nisso, "Coma" oferece ainda alguns brindes, como é o caso de “The Promise”, onde podemos ouvir Miguel Inglês dos Equaleft. Mas não é caso único, a violinista Ariana Pereira e a vocalista Ana Marques participam no tema “Tormento”, onde a melodia da voz da segunda, que canta em português, contrasta de forma interessante com a de Pedro Lopes.
A criatividade da banda foi mesmo explorada com sucesso, sem que nada a balizasse ou servisse de padrão. Dessa forma, encontramos o tema “5 Minutes Alone”, como que a servir de separador entre duas grandes malhas que são “Freak Show” e “The Fall”. Já perto do final, a composição parece não perder velocidade e surge “Otherside”, segundo avanço para este álbum que também já tem direito a vídeo no Youtube. Para além da qualidade, o único aspeto comum a todos as músicas reside nas letras, mas há uma explicação para isso, elas abordam a vida, com toda a amplitude que esse tema permite.
Resta referir que este álbum tem o selo Raising Legends e que foi produzido por Caesar Craveiro que é também baixista da banda.
Review por António Rodrigues