Os alemães Macabre Demise concedem-nos um Death/Grind, e o álbum "Awakening" é a sua estreia. Assim sendo, damos a atenção à presença de algo entre Meshuggah e Dismember, que se irrompe logo à partida como menção e alusão de influências. Uma sonoridade inexorável, constante e vigorosa, corroborando-se como um bloco sólido de um Death Metal, com uma parcimónia e bem repartida dose de Grind à mistura.
A "intro", supérflua e desnecessária, oferece-nos a abertura da primeira faixa "Awakening", um meio gás no seu encetar, mas poderosa e persuasiva no seu progresso, incessante no ritmo e quase invariável, sendo soberbo e preponderante um estilo muito à Swedish Death metal, havendo uma bateria a salientar sem sombra de hesitações, muito presente em si e consistente. A "Mirror" é circunspecta e moderada no começo, mas à posterioridade emerge-se um upgrade na agressividade, contudo diversa e única, com blast beats à mistura, uma guturalidade vocal, com guitarras muito tendenciosas a uma sonoridade mais próxima do Djent, concedendo à música uma natureza muito singular e incomparável, pois as preponderâncias como as supracitadas são manifestas, a juntar com a diligência de haver alternância de estrutura durante a faixa. Duplo pedal e uma sonoridade à Dismember faz da "Corpseball" uma energética e funesta faixa, com ténues toque de Cannibal Corpse, no entanto, apesar de imutável e imperecível, busca um certo afrouxamento no seu final.
Sensibilidade e melodia sobrelevam-se em "Darkness", substancial, numa estrutura taciturna e lúgubre anuída pelas guitarras, guarnecida por uma voz rasgada e interposta por guturais e uma bateria que se manifesta com um duplo pedal desde o princípio da música. Regressando ao peso e com patentes influências num Death Metal mais anos 90, temos a " Gore and Guts", de uma duração de um minuto e meio, mas bebendo das bandas com a sonoridade mais macabra e tétrica, despontando aqui uns Grave, sem exageros. A mesma receita atribui-se a " Prelude To Kill", riffs poderosos e dominantes, peso notável e soberano de uma musicalidade violenta e arrebatadora aliada a uma produção límpida. Dando aqui ensejo a um som mais inovador, sobreleva-se os vocais em "Chambers of Pain", sendo uma faixa com um groove diferente, alcançada por uma bateria que joga com ritmos e alterações bem concebidas e construídas, inclinando-se mais a um Deathcore. Com um estrear quase num ambiente doom e notando-se um toque de Carcass, assim temos a "Slush Brains, que passado uns segundos se altera numa selvajaria, perseverante e idêntica, com a existência de guitarras que dão um ar putrefacto ao seu som, mas concomitantemente um som moderno. A "Disturbia" faz jus ao nome, doentia, tudo à mistura, base convencional e assente, até uma pitada de hardcore mas de forma medida e reflectida, aprovando-se com um som mais moderno, mas sempre resguardando aquela essência dos anos 90. Remata-se e finaliza-se com a "Macabre Demise", a faixa homónima, nenhum ponto alto a apontar, ou algo que se ressalta, desfrutando de todas a características aludidas anteriormente.
O terceiro registo dos germânicos Macabre Demise faze apelo ao que melhor existe na atualidade do Brutal Death Metal. Apesar de não estarmos perante de algo técnico ao ponto mais elevado, temos o que é preciso neste género, o peso e a brutalidade, com riffs não dados a complexidades, mas interceptando, ou seja, captando a depravação e perversidade na sonoridade mais "Old School Death Metal", com guturalidade bem presente e títulos das faixas onde é patente o notavelmente gore. Um convite para os ávidos do metal extremo, congregando a velha e a nova escola do Death Metal.
Nota: 8/10
Nota: 8/10
Review por Norberto Seck