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Entrevista aos Trepalium


Adotaram o nome de um antigo dispositivo de tortura, os Trepalium sabem concerteza como esmagar ossos com o seu death metal técnico, multifacetado e devastador. Em latim, "trepalium" também significa "trabalho", um conceito que a banda francesa conhece mais do que bem, sendo referidos como um dos melhores artistas ao vivo da sua geração.
O quinteto francês faz discos de metal excêntricos, misturando groove metal com jazz antigo, rock'roll e hardcore. Com 20 anos de carreira, a banda lança agora o seu quinto longa-duração e o guitarrista e fundador Harun Demiraslan, respondeu às nossas questões.

M.I. - Olá! Antes de mais, obrigado pelo teu tempo! Para quem não vos conhece, como caracterizas os Trepalium?

Uma banda francesa progressiva de groove-death metal. Nalguns álbuns, também podemos falar em Swing metal…


M.I. - Como se conheceram e como decidiram criar os Trepalium?

Bem, comecei a banda em 1999, em casa, com uma demo, depois de ver pela primeira vez Godzilla ao vivo (Formados como Godzilla em 1996, mudaram o nome para Gojira em 2001). Então, propus ao Ludovic Chauveau (baixista) que se juntasse a mim para fundar uma banda “a sério”. Após alguns meses à procura, encontramos o Sylvain Bouvier (baterista) e o Nicolas Amossé (guitarrista), após o seu último concerto. Naquela época, eles tocavam na mesma banda com o Yann Ligner, a o atual vocalista dos Klone. Enquanto esperávamos encontrar um vocalista, o Sylvain era o baterista / vocalista. Finalmente, após 2 anos, nós conhecemos o KK durante um concerto. Lançámos 4 álbuns e 1 EP antes dele decidir sair da banda. Hoje, continuamos com o Renato Di Folco como vocalista e acabamos de lançar o nosso último álbum, From The Ground.


M.I. - Trepalium, originalmente, era o nome de um antigo instrumento de tortura romana ... Porquê a adoção desse nome?

Em parte, sim, trata-se de tortura, mas também de escravidão no trabalho, por isso, por que não? Essa ideia de trabalhar no duro encaixa-se muito bem com a nossa música.


M.I. - A vossa primeira demo é de 2002... Qual é a maior lição aprendida nesses quase 20 anos?

É difícil dizer... Aprende-se muito em 20 anos, mas acho que o verdadeiro sucesso não é viver da arte, mas viver a arte. Apenas faz a tua cena...


M.I. - Com o tempo, afastaram-se do som original (Death Metal) e hoje estão mais voltados para o Hardcore, com um toque de Groove e Jazz... Qual é o motivo dessa mudança?

Digamos que esses aspetos sempre estiveram presentes na nossa música. Eu empurro para esse conceito porque isso me parece mais divertido. Mas quem sabe, talvez eu escreva mais coisas sobre death metal da próxima vez.


M.I. - Este último álbum "From the Ground" acabou como esperavam? Ou agora, se pudessem, mudavam alguma coisa? Ele tem o som deste "novo" e mais groovier Trepalium? E mais uma coisa: algo que se destaca imediatamente é a duração. Com 21 minutos, é quase um EP!

Na verdade, eu tinha as músicas e a ordem na minha cabeça durante todo o processo de composição. Um começo e um final, mas não prestei atenção à duração. Devo admitir que fiquei surpreso quando reuni todas as músicas... Por isso, não mudaria nada, exceto adicionar, talvez, duas ou três músicas...


M.I. - Este é o primeiro álbum com o novo vocalista... O que é que o Renato Di Folco trouxe ao vosso som e banda?

Melodias e uma nova personalidade no palco… Vejo novos terrenos para os próximos álbuns!


M.I. - Qual a vossa maior influência na música? O que tem de estar sempre no rádio do carro?

Nada em particular. Desculpa... Tudo o que posso dizer é que todos nós apreciamos bandas de metal como Pantera, Gojira, Meshuggah, Morbid Angel, Napalm Death... Bandas de jazz e progressivas como King Crimson, Magma, Mats / Morgan, Snarky Puppies, Tigran Hamasyan etc... Mas também artistas pop, electro, hip hop…


M.I. - Falando agora do metal francês... Quais são as maiores mudanças que viste acontecer no metal francês nos últimos 20 anos?

A ascensão do Hellfest e muitos outros festivais. O reconhecimento mundial de bandas como Gojira, Carpenter Brut, Igorrr... Existem muitas bandas. Digamos, o surgimento de uma nova cena...


M.I. - Achas difícil uma banda francesa de metal ter sucesso fora de seu país?

Hoje, acho que não... Acho que é difícil para qualquer grupo, seja francês ou estrangeiro.


M.I. - Estamos todos cientes do que está a acontecer no mundo e, por isso, tudo o que seja para juntar pessoas, está proibido... Têm planos para concertos assim que essa crise passar? Quais são os lugares que querem tocar (cidades, festivais ...)?

Sim, teremos alguns concertos nos próximos meses, mas nada está planeado fora do país, de momento. Mas saberemos mais em breve!


M.I. - Obrigado por respostas! Últimas palavras para nossos leitores?

Obrigado por esta entrevista e mantenham a vossa paixão pela música viva!

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Entrevista por Ivan Santos