
M.I. - Desde já os nossos cumprimentos da equipa da Metal Imperium, em Portugal! Esperamos que esta entrevista vos encontre sãos e salvos, dada a situação atual em que vivemos. Como estão os Gomorra?
Olá, obrigado por perguntarem! De momento está tudo bem com todos os membros, estamos apenas à espera para ver quando é que toda esta loucura vai parar…
M.I. - Portanto, Divine Judgement será o primeiro álbum sob o nome recentemente adotado: Gomorra. Para os mais desatentos em relação a esta mudança, anteriormente a banda era conhecida pelo nome Gonoreas. Além da mudança óbvia no nome, que outras alterações se podem verificar em comparação com o último álbum, “Minotaur”?
Tendo em conta que temos novos membros, passámos a nossa sonoridade para algo mais pesado e sombrio, com algumas partes thrash. “Minotaur” apresentava partes longas e épicas. Agora, apresentamos partes mais curtas e mais enérgicas…
M.I. - Fala-nos sobre a faixa “Gomorra”, incluída também no novo álbum. Em que medida é que esta faixa está ligada ao novo nome?
Esta foi uma das primeiras ideias que tivemos. Trata-se de um novo produto, uma nova banda e uma das principais faixas é “Gomorra”. Quando começámos a compor, perguntámo-nos “o que podemos fazer”? Por isso, surgiu a ideia de criarmos todo o álbum à volta de um único tema, incluindo o fim da cidade de Gomorra…
M.I. - Até agora, qual é a reação geral aos novos videoclips lançados, nomeadamente para “Flamed of Death” e “Gomorra”?
As reações são excelentes e estamos muito satisfeitos com todos os comentários e reações! E as reações são oriundas de toda a parte, o que é algo que nos deixa verdadeiramente felizes.
M.I. - “Divine Judgement” parece conter algumas faixas em referência a cidades bíblicas. É este um dos principais temas do álbum? O que vos inspirou durante o processo de criação? Que influências são percetíveis neste novo álbum?
Sim, é um tema baseado na destruição da cidade bíblica de Gomorra. Por isso, independentemente de isso ter ou não acontecido, é um bom tema. Mais ainda, quando olhamos para o que está a acontecer agora em todo o mundo…
M.I. - “Diving Judgement” pode ser visto como um ponto de viragem para a banda, principalmente tendo em conta a mudança no nome? O que motivou esta mudança?
Quando integrámos os novos membros, falámos e tomámos a decisão de passar a um estilo mais pesado e simultaneamente mais sombrio e melódico. Um bom amigo, que também participou numa grande parte da gestão dos Gomorra, ajudou-nos com todos os processos e deu-nos a dica: “Vá lá, seria ótimo apelidar a banda de Gomorra!”. Gomorra é também ótimo para grandes temas. Assim, podemos trabalhar de uma forma positiva quando temos um grande nome para a banda. O amigo que referi está também a verificar se o nome se encontra reservado ou comercialmente registado para que fiquemos com este nome. Com a mudança do nome, surgiu também a mudança na nossa sonoridade.
M.I. - Quão entusiasmado estás para este lançamento? Além disso, não podemos deixar de fazer esta pergunta, mas tendo em conta todos os problemas que temos vivido com o novo Coronavírus, isto é algo que, na tua opinião, pode afetar o lançamento do novo álbum ou também possíveis espetáculos para o futuro?
Adiámos o lançamento para 22-05-2020. Esperemos que esta situação esteja mais controlada em maio de 2020. Estávamos a trabalhar em relação a uma tour em dezembro, mas agora tudo foi cancelado. Penso que “Divine Judgment” (Julgamento Divino) é um ótimo título que se adequa perfeitamente a este momento.
M.I. - 6 álbuns mais tarde e 26 anos depois do início de tudo, como descreves a tua jornada até aqui? O que se segue para os Gomorra?
Estamos abertos a tudo e, por agora, estamos focados naquilo que podemos fazer no futuro, até porque também atuo como guitarrista nos Destruction e trabalho com a banda da minha esposa, as Burning Witches. No entanto, creio que é também um novo começo para os Gomorra, por isso, mantenham-se atentos! Há muito mais a caminho, com certeza!
M.I. - Relativamente às bandas de Heavy Metal na Suíça, vocês por exemplo têm-se mantido no panorama há já algum tempo (desde 1994), mas outras bandas como Bölzer, Schammasch e as Burning Witches, que são igualmente originárias de Brugg, têm subido até ao topo. A que se deve o nascer desta nova geração de bandas suíças de Heavy Metal?
Uau, essa é uma pergunta difícil. Tenho tocado Heavy Metal há já bastante tempo, mas estabelecer contactos e conseguir conhecer pessoas mais importantes é um começo. Durante muito tempo, apenas ensaiava e fazia tudo para mim mesmo. Estas bandas de nova geração quando surgem entram em contacto com as pessoas certas, por isso recebem logo muito mais atenção. Penso que essa é a principal diferença de há uns anos atrás para agora. Além disso, penso que é mais fácil de seguir uma banda com um som mais pesado, como é o caso das bandas de Black ou Death Metal.
M.I. - Na Suíça nasceram muitas grandes bandas e é um país que continua a atrair a atenção de lendas do HeavyMetal, como o caso de Schmier (Destruction), por exemplo. Na verdade, existe uma faixa na qual trabalharam juntos no passado: The Mask of Shame. Qual é a sensação de alcançar este feito? É algo que podemos esperar também para futuros projetos?
O Schmier é alemão, vive junto à fronteira com a Suíça e também nós vivemos junto à fronteira com a Alemanha. Por isso, sim, foi ótimo trabalhar com ele para The Mask of Shame. E ele adora boa música! Creio também que não será a última vez que trabalhámos com ele em alguns destes projetos, porque ele quer dar o seu contributo e fazer boa música.
M.I. - Depois de toda a poeira assentar relativamente ao vírus que tem ditado o afastamento de tudo e todos por razões óbvias, podemos esperar alguns espetáculos em Portugal?
Espero mesmo que seja possível realizar uma tour também com os Gomorra. Estávamos a trabalhar numa tour em dezembro, mas agora todos os planos foram arruinados porque todas as tours estão a ser reagendadas para o inverno. Por isso, neste momento, não sei, talvez para a primavera de 2021, mas isto sou eu a falar hipoteticamente…
M.I. - Há algo que queiras dizer aos fãs?
Estejam atentos e comprem o primeiro álbum dos GOMORRA, Divine Judgement!
M.I. - Damir, muito obrigado por nos concederes esta entrevista, foi uma honra enorme. Desejamos-vos o melhor e a maior das sortes com o lançamento do novo álbum. Mantenham-se protegidos e continuem o bom trabalho!
Muito obrigado por esta entrevista, passem bem e mantenham-se protegidos. Até à próxima!
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Entrevista por João Guevara