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Fen - "The Dead Light"


O nome Fen é com certeza já conhecido para os amantes de metal progressivo, em especial para quem se identifica com Enslaved ou Voivod - estas são assumidamente duas das referências indicadas por Adam Allain, Frank Allain e Pete Aplin, o trio que empresta a voz, braços e pernas a este projeto.

"The Dead Light" é já o sexta longa-duração, lançado no passado mês de Dezembro pela Prophecy Productions. Gravado pela mão do produtor Chris Fielding (Conan, Agent of Morai) nos Foel Studios, é um álbum conceptual composto por oito temas, cuja temática lírica passa especificamente pela forma como os músicos encaram o vazio do espaço e quais as implicações que esse vazio tem na psique humana - existirão outras civilizações? que mundos se escondem por detrás do escuro do espaço? 

De uma forma geral, o álbum foi muito bem produzido. Nota-se cuidado na escolha do alinhamento dos temas e na dinâmica tema-a-tema, o que torna a audição mais consistente e consequentemente de mais fácil interiorização. De uma forma geral, o som de “Fen” tem uma identidade própria, não obstante as referências citadas anteriormente, o álbum consegue cativar o ouvinte do princípio ao fim. Temos em “Witness” um breve instrumental introspectivo apoiado em camadas de efeitos que abrem os sentidos para os temas que dão nome ao álbum - "The Dead Light", deliberadamente separados em dois. A primeira parte é sem dúvida um atestado da competência técnica dos músicos. São vários os elementos progressivos que suavemente transitam para uma segunda parte mais sucinta mas igualmente bem conseguida. Lá pelo meio do álbum surge "Nebula" - um tema “4 estações” - tem tudo: roupagens mais rock’n’roll, blast beats desenfreados e registos vocais que vão desde o limpo até ao gutural. Na minha opinião, um trio traz mais vantagens do que desafios. Existe mais liberdade, mas também existe uma maior responsabilidade e eu acho que os Fen conseguiram realmente cativar este aspeto. Um exemplo disto é o baixo pulsante a meio de “Labyrinthine Echoes”, uma forma interessante de ligar duas partes distintas do mesmo tema. “Rendered in Onyx”  é o última tema do trabalho, pega na deixa largada por “Exsanguination”, começando com uma sequência de acordes limpos, que dá lugar a uma sequência sonora mais nervosa e culmina num desfecho tirado a papel químico ao início do álbum. E desta forma se fecha um ciclo!

Nota: 9/10

Review por Ivan Frias