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Reportagem: W:O:A: Metal Battle Portugal - Speedemon, Grievance, Downfall of Mankind @ Sabotage Club, Lisboa - 25/01/2020


O Sabotage Club acolheu no passado dia 25 de janeiro as chamadas “classificativas regionais”, para o Wacken Open Air de 2020. Para aqueles que possam não saber do que estamos a falar, trata-se de uma iniciativa que visa levar uma banda portuguesa a estrear-se naquele que é considerado por muitos, o melhor festival de metal do mundo. Uma espécie de Meca do underground.

Estas classificativas foram divididas em duas fases, a primeira teve lugar no Metalpoint, na véspera e a segunda, como já referimos, no Sabotage Club. Nesta última competiam as seguintes bandas: Speedemon, Grievance e Downfall of Mankind e à partida havia já um vencedor. Trata-se do público que fez questão de marcar presença neste evento e desfrutar da prestação destas três excelentes bandas nacionais.

Os Speedemon foram a primeira banda a atuar nesta noite, não que isso fosse importante pois não havia aqui lugar a questões secundárias como: Quem abre, ou quem fecha. O thrash metal deste quarteto vila franquense é contagiante, rapidinho, cheio de ritmo e com solos de guitarra que assentam como uma luva nas suas composições. Como diria um amigo meu: «eu gosto é daquele thrash que me dá vontade de andar ao bico». Isso define na perfeição a música dos Speedemon e foi o que aconteceu naquela noite logo ao terceiro tema, com uma “rodinha” a ser criada enquanto o tema “Speedemon” era tocado. Sete músicas de "Hellcome" foram interpretadas ao longo daquela meia hora de atuação que terminou de forma perfeita ao som de “Thunderball”, com o baixista, envergando a sua habitual máscara, a juntar-se ao público para entre ele tocar grande parte deste tema.

A sala do Sabotage estava bem composta esta noite. Muito bem composta mesmo. A qualidade das bandas atraiu muito público e a avaliar pela indumentária de grande parte desse mesmo público, facilmente se percebe que estavam ali muitos para apoiar os Grievance. Esta banda de black metal deslocou-se das Caldas da Rainha e tinha ali presente uma grande falange de apoio nesta noite e que fez headbanging durante todo o concerto. Com cerca de vinte e três anos de existência, estes cinco músicos souberam aproveitar a sua meia hora de atuação para visitarem os seus três álbuns, tocando apenas dois temas do último Em Lucefécit. Muita teatralidade e adereços numa atuação muito bem conseguida desta banda que canta em português, é bom realçar esse aspeto. O último tema da noite, “Presságio” era um inédito que os Grievance decidiram oferecer naquela noite aos presentes e no qual pudemos assistir a uma magnifica execução do baterista, que atraiu para si todas as atenções.

Faltavam os Downfall of Mankind para terminar este evento. Depois de thrash metal e black metal, chegava a vez do deathcore desta recente banda. Tão recente que este era mesmo o seu primeiro concerto e a expectativa entre o público era palpável. Também entre os membros da banda se percebia uma certa preocupação em que tudo corresse pelo melhor. Após uma intro, durante a qual os elementos da banda foram surgindo um a um, enquanto bastante fumo era descarregado no palco, a atuação teve início com o tema “Evolutionary Descendant” e logo começou a haver muito movimento à frente do palco. O vocalista Fábio Infante pedia essa mesma atitude ao público que enchia o Sabotage. “Bow to the Crown” e “Oblivion” antecederam “They Shall Pay”, último tema da noite e vídeo de avanço ao seu primeiro álbum que deverá ser lançado muito brevemente. Durante a interpretação deste último tema foi chamado ao palco Luis Lourenço, membro fundador deste projeto e que apesar de já não fazer parte da banda, não foi esquecido. Também deve ser salientado o wall of death que foi feito durante o concerto dos Downfall of Mankind. Sim, um wall of death, no Sabotage, aconteceu, eu vi.

Tarefa difícil a de quem tem a responsabilidade de escolher uma destas bandas para seguir em frente. Estilos diferentes, é verdade, mas uma entrega fantástica comum a todas, independentemente do tempo de existência, que é também ele bastante variado. Certo é que quem veio assistir a este evento deve ter saído do Sabotage Club bastante satisfeito.


Texto por António Rodrigues
Fotografias por Sabena Costa
Agradecimentos: SWR Inc.