About Me

Reportagem: Visions Of Atlantis, Chaos Magic e Morlas Memoria @ Metalpoint, Porto - 21/02/2020


Os Visions Of Atlantis são um dos nomes fortes do Symphonic Power Metal, com quase 20 anos de história e magnitude, transmitidas com a sua música, presença em palco e boa disposição. Já contam com sete álbuns: Eternal Endless Infinity (2002), Cast Away (2004), Trinity (2007), Delta (2011), Ethera (2013), The Deep & The Dark (2018) e Wanderers, lançado no ano passado, que dá nome a esta tournée: “The Wanderers Tour 2020”. Dia 21 de fevereiro passaram pelo Porto, Metalpoint e, no dia seguinte, Lisboa, RCA, com as bandas de suporte: Chaos Magic com Caterina Nix, Morlas Memoria e Glasya (esta última só em Lisboa).

Mas esta reportagem é sobre a sua passagem pelo Porto. Metalpoint é um dos espaços escolhidos para esta aventura, com boas acessibilidades. É um dos pontos de encontro de muitos fãs de Metal, que se situa no centro da cidade, os quais já se encontravam à porta para o evento.  

Este espetáculo não esgotou, mas metade da lotação estava preenchida. As portas abriram às 20:00, sendo qu, passados 30 minutos, apresentaram-se em palco os Morlas Memoria, oriundos de Dresden (Alemanha). Super cativantes e sorridentes, este grupo já conta com dois álbuns no seu reportório: “Follow The Wind” (2014) e “Mine Of Pictures (2017), tendo sido este último o apresentado ao público. Os alemães escolheram como tema inicial “Prolog”, música cantada no seu idioma nativo. Seguiu-se “Phantasien”, com um riff poderoso do guitarrista/vocalista Theo Johne e “Whatever You Want”. “Stormgiants” iniciou com gutural de Theo, contrastando com a belíssima e angelical voz de Leandra. Na pequena pausa para recuperar o fôlego,  o grupo lembrou os presentes que esta era a sua primeira vez em Portugal, agradecendo a presença do público, batendo palmas aos presentes. Super animados, transmitiram boa energia, o que se fez notar. Em “Waters Of Life”, Leandra surpreendeu o público ao tocar flauta transversal, como que a representar o som de água.  O concerto terminou com “Uyulala”, “Mine Of Pictures” e “The Battle”. Existiu ainda tempo para Theo distribuir pelos espectadores, algumas das suas palhetas.

Pelas 21:15 subiram ao palco os Chaos Magic. Esta banda finlandesa liderada pela chilena Caterina Nix, conta também com dois discos: "Chaos Magic" (2015) e "Furyborn" (2019). Num português excelente saudaram o público. “Falling Again”, tema de abertura para este concerto, conjuga na perfeição a voz de Caterina com a de Nasson Singer, baixista e vocalista. Mario Torres, guitarrista, presentou-nos com riffs poderosos, sendo bem acompanhado pelo baterista Charlie H. Miranda. Não esqueçamos ainda todo o trabalho de Giuseppe Lampieri, no teclado. Dona de uma presença forte, a vocalista apresentou a próxima música, “You Will Breathe Again”, tendo pedido ao público para se divertir. Mas foi “Furyborn” - tema que dá nome ao álbum mais recente dos finlandeses - que arrancou uns bons headbangs. Neste tema destacou-se ainda o trabalho de guitarra de Mario, e a cumplicidade entre a vocalista e o baixista e Giuseppe que foi incansável a puxar pelo público. Nasson agradeceu o facto de lhes ter sido dada a oportunidade de acompanhar Visions Of Atlantis, tendo de seguida apresentado “Bravely Beautiful” e “Like Never Before”, esta última poderosa em todos os sentidos. Terminado o espetáculo dos finlandeses, Nasson fez ainda questão de dar a conhecer um pouco da história dos Chaos Magic e apresentar os seus integrantes, um por um.


Para o fim estava reservada a atuação dos Visions Of Atlantis, originários de Styria, Áustria. O concerto começou com o guitarrista Christian Douscha e baixista Herbert Glos, de costas voltadas para o público, de forma a criar um cenário teatral e enigmático. O grupo iniciou o espetáculo com “Release My Symphony”, sem Clémentine em palco, tendo a mesma surgido do meio do público a cantar, enquanto se dirigia para o palco.  Num "obrigado" perfeito, disseram "boa noite" e apresentaram-se aos presentes, tendo perguntado se estes se encontraravam prontos para embarcar nos próprios sonhos. Seguiram-se "New Dawn" e “Book Of Nature”, com Michele e Clémentine a criarem a habitual atmosfera poderosa que tanto os caracteriza. A pergunta “Porto, como estão?!”, antecedeu as delicadas notas de flauta  que prenuncia “Heroes Of Dawn”.Após uma animada troca de palavras entre Michele,  Clémentine e o público, seguiu-se “Silent Mutiny” retirada do álbum “The Deep & The Dark”. A voz angelical da vocalista arrancou em “Wanderers”, algumas reações mais emotivas.“Estão dispostos a começar uma nova fase connosco e iniciar uma nova jornada, para mais tarde recordarem?”, questionaram os austríacos, antes de “A Journey To Remember”. Após “The Deep & The Dark”, a vocalista referiu que havia "muita energia neste sítio, quero tentar algo diferente!”. Eis que, numa simplicidade fascinante, surge“Nothing Lasts Forever”. “Passing Dead End”, “In & Out Of Love” e “Return To Lemuria” encerraram em beleza esta noite.

O coletivo agradeceu aos presentes, às bandas que os têm acompanhado e ao espaço, despedindo-se com uma promessa de voltar à cidade do Porto. Foram 180 minutos de boa música, nos quais as bandas se mostraram profissionais e sem falhas.


Texto por Raquel Miranda
Fotografias por Sílvia Micaelo
Agradecimentos: Amazing Events