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Reportagem: Polar, Arkdown e Meltdown @ RCA Club, Lisboa - 16/02/2020


Quando fazemos uma reportagem de um concerto, nada nos satisfaz mais do que apresentar boas notícias. Infelizmente, este concerto vai ser recordado por um fator negativo. Este surgiu com o anúncio de que a Head Up! Shows, promotora que trouxe recentemente os Attila ao nosso país, vai terminar funções. No entanto, este era um fim de semana para celebrar a música dos britânicos Polar e Arkdown e, vindos do País Basco, os Meltdown. A proposta para estes dois concertos, sábado no Porto e domingo no RCA Club era metal hardcore, muito metal hardcore.

Embora o cartaz fosse bom, o público não compareceu a este evento em grande número, como era espectável que o fizesse e os Meltdown começaram a sua atuação para uma sala muito despida. Podiam ser poucos, mas eram bons e logo desde o primeiro tema se percebeu isso. 
A escassa assistência concentrou-se em frente ao palco e fez a festa. “Rip Out My Eyes” foi dos temas interpretados nesta noite que mais entusiasmou os presentes, mas os Meltdown guardaram uma surpresa para o final, que foi “One Step Closer”, original dos Linkin Park, malha com que terminaram a sua enérgica atuação.

Assim que os Arkdown começaram o seu concerto percebeu-se logo que esta banda tinha mais para dar, para além do tradicional metalcore. Aquela bateria poderosa, as duas guitarras muito trabalhadas e a voz pujante de Kyle Dawson empurram a sonoridade dos Arkdown para o deathcore. Salta à vista a falta de um baixo nesta banda, mas essa ausência é complementada com muitos samples, que preenchem convenientemente o som, não existindo assim “vazios” na sua música. Como que uma chamada às tropas, “Wake Up”, foi o primeiro tema, de muitos, que visivelmente agradaram o público presente. Entre as sete músicas desta noite, destaque para “Miamsic”, tema recente que os Arkdown fizeram questão de tocar para o público português. A despedida foi feita com “In Torment” e a satisfação da banda, com a entrega do público nesta noite, era visível no rosto dos seus elementos.

Faltavam os cabeças de cartaz, ou seja, os Polar. Com um álbum lançado no ano passado de seu nome Nova, era normal que a sua setlist para esta noite estivesse repleta de temas desse trabalho. Assim foi, a começar pela orelhuda “Devil” que teve o condão de aproximar a assistência para mais perto do palco. Apesar do reduzido número, notou-se mais presença do público durante a sua atuação. O seu concerto foi um desfilar de malhas deste último álbum, apenas interrompido por “Tidal Waves and Hurricanes” e “Blood For Blood” do álbum No Cure No Saviour de 2016 e “Black Days”, esta de 2014, de Shadowed by Vultures. 

Muita entrega de toda a banda. Adam Woodford ainda conseguiu um Wall of Death, para além de ter colocado os presentes a cantar os seus temas por mais de uma vez. O espetáculo em si foi curto, bom, mas curto. Esperava-se um pouco mais que dez temas ou, se quiserem, cinquenta minutos de música. Nem valia a pena pedir mais pois antes da interpretação de “Drive”, Adam fez as despedidas dizendo não haver lugar a encore.

Uma palavra final para os The Year que eram para ter tocado também esta noite, mas que por problemas de saúde do seu vocalista João, não o puderam fazer. A Metal Imperium deseja-lhe umas rápidas melhoras, para que os The Year regressem com toda a energia que lhes é reconhecida.


Texto por António Rodrigues
Fotografia por Vasco Rodrigues
Agradecimentos: HeadUp! Shows