Muito bem escolhido o espaço que acolheu a visita dos Explosions in the Sky ao nosso país, no âmbito da tournée que visa celebrar o seu vigésimo aniversário. De facto, a Aula Magna, com toda a qualidade acústica que lhe é reconhecida, conseguiu potencializar a qualidade sonora que estes texanos detêm.
Esta banda que é tida como grande influenciadora do chamado pós-rock, já nos tinha visitado em 2016, num festival de verão. Desde esse ano que não lançam nenhum novo trabalho, mas os seus temas continuam bastante atuais. O público que esgotou a sala também não queria saber da existência, ou não, de material novo. O que já conhece é bom e revelou-se suficiente para tornar a Aula Magna pequena para tanta gente.

Os temas tocados esta noite visavam mostrar todo o percurso da banda ao longo destes vinte anos de existência. Uma retrospetiva e todos os álbuns foram por isso visitados, não havendo nenhum em particular que se tenha tornado o foco desta atuação. O primeiro tema foi “A Song for Our Fathers” e sentiu-se uma verdadeira explosão de alegria, não no céu, mas precisamente ali na sala, logo que os primeiros acordes foram identificados pelo público presente. No segundo tema “Catastrophe and the Cure” deu-se uma troca de instrumentos, nomeadamente entre o baixista e o guitarrista, algo que viria a suceder novamente ao longo do espetáculo. Na parte final deste tema, também Munaf poisou a sua guitarra para dar uma ajuda na precursão.
O ambiente em palco estava fantástico. Em zona lateral à banda encontravam-se quatro torres de luz, duas de cada lado, que transmitiam um efeito de tela, como se o que estivéssemos a observar fosse uma gravação projetada sobre um fundo que mudava de tonalidade, não de forma brusca, mas progressiva, tal como a música dos Explosions in the Sky, que é também ela bastante colorida.
Já a meio da atuação, a banda tocou “Have You Passed Through This Night?” do seu álbum de 2001 Those Who Tell The Truth Shall Die, Those Who Tell The Truth Shall Live Forever que foi um dos momentos altos da noite devido ao som de bateria. Não estou a dizer com isto que o baterista seja fantástico, o que também não deve estar longe da verdade. Refiro-me simplesmente ao som que provinha da sua bateria que se torna dificil de descrever, tal a sua qualidade e potência, tornando-o único.

Uma das vantagens deste concerto ter ocorrido numa sala com lugares sentados, prende-se com o facto de podermos medir assim, inequivocamente, o grau de satisfação do público presente. Uma Aula Magna esgotadíssima a fazer questão de se levantar para aplaudir de pé a prestação dos Explosions in the Sky, para um final apoteótico.
Texto por António Rodrigues
Fotografias por Vasco Rodrigues
Agradecimentos: Everything Is New