É por muitos considerado um génio da música mais extrema. Ihsahn, com as majestosas composições que tem criado, principalmente desde que os Emperor terminaram funções, tem feito jus a esse estatuto que adquiriu ao longo destes últimos catorze anos. São já sete os álbuns que lançou nesta condição e que dão conta de uma admirável capacidade criativa. No passado dia catorze de fevereiro foi lançado o seu EP, "Telemark", que é o primeiro de um conjunto de dois trabalhos deste norueguês, que experimenta este formato pela primeira vez.
"Telemark", o título dado a este trabalho, procura de certa forma homenagear as origens de Ihsahn. Este multifacetado instrumentista nunca se deixou levar pelo sucesso obtido e mantém-se fiel às suas origens, permanecendo na localidade que o viu crescer.
Neste EP, Ihsahn fez algo que algumas outras bandas costumam fazer nestes formatos e que passa por colocar neles alguns temas que entendem não ser merecedoras de figurar num álbum (sobras, portanto), gravações ao vivo e até algumas covers. Ihsahn ficou-se pelas covers. Primeiro porque a qualidade dos três temas originais não seria fator impeditivo para que eles fizessem parte de um dos seus álbuns e segundo, porque não encontramos nenhum tema gravado ao vivo, encontramos sim duas covers.
Quanto aos originais, já o referi, têm qualidade e não vão desiludir nenhum fã de Ihsahn ou de quem esteja familiarizado com os seus trabalhos. “Nord” parece ser o tema escolhido para apresentação deste EP e é certamente o melhor, mas os outros dois oferecem muita qualidade também. Quanto às duas covers, bem, essas podem surpreender. Trata-se de “Wrathchild”, o original de Iron Maiden da fase Paul Di´Anno e de “Rock n´Roll is Dead” do rocker Lenny Kravitz. Quanto à música dos Iron Maiden, devemos recordar que nem é do período que mais agrada a Ihsahn, pois ele é um fã confesso de Bruce Dickinson. O tema está muito semelhante ao original, tendo apenas alguns arranjos e a adição de um saxofone. Quanto ao tema de Lenny Kravitz, este foi escolhido sobretudo pela letra da música, mensagem com que Ihsahn tanto se identifica.
Não se devem preocupar pois, os fãs deste mestre da música mais negra. As suas composições continuam muito boas, sombrias, agressivas e todos os temas carregam bastante ferocidade, incluindo as covers. Cinco temas, vinte e cinco minutos de música indispensável para os fãs de metal progressivo e não só.
Nota: 8.7/10
Nota: 8.7/10
Review por António Rodrigues