"Waves" é o novo álbum a solo de Tuomas Saukkonen, dos Wolfheart e Before the Dawn. O álbum dos Dawn of Solace foi lançado no dia 24 de janeiro via Noble Demon, e é já um destaque no início de 2020! Os Dawn of Solace estão finalmente de volta com um novo álbum, uma nova editora e também de regresso aos palcos. É desnecessário dizer o quão emocionante é este segundo começo. Tendo tudo isto em consideração, a Metal Imperium conversou com Tuomas para descobrir todos os detalhes interessantes!
M.I. - Em que é que Dawn of Solace se transformou após 13 anos de silêncio? Quão diferente são os DoS agora comparando com DoS em 2006?
Tornou-se um reflexo mais pessoal de mim mesmo. Musicalmente, cresci um pouco desde 2005, quando escrevi o álbum de estreia e os meus objetivos, no que diz respeito ao som, composição e produção de músicas, também evoluíram. Eu não diria que esta versão é melhor. Ambos são imagens de seu próprio tempo. No entanto, eu diria que Dawn of Solace em 2020 é mais honesto.
M.I. - Disseste: “Quanto mais andava tournée com os Wolfheart e Before The Dawn, mais o assunto surgia quando conversava com os fãs e isso manteve viva a ideia de que talvez um dia ...”. Por que finalmente decidiste voltar? Achas que tens algo mais a oferecer à cena underground?
Tem sido estranho e muito bom notar o quão bem as pessoas se lembram do álbum de estreia e todos os anos se fala nisso quando estou na estrada, mesmo em algumas entrevistas, etc. E quando esse álbum foi lançado, não havia Instagram e o Facebook ainda era novidade. De alguma forma, o álbum manteve-se vivo e lembro-me dele regularmente. Depois de uma sessão espontânea de gravação, em que eu deveria trabalhar com material novo, algumas ideias surgiram e acabei por escrever "Lead Wings” e “Ashes” e, naquele momento, soube que deveria ser DoS a lançar estas músicas.
M.I. – Quanto ao som, quão diferente é "The Darkness" de "Waves"?
Eu escrevi mais de 12 álbuns desde a estreia dos DoS, evoluindo como produtor e escritor. Na minha opinião, "Waves" é maior, mais escuro e mais profundo. É claro que a abordagem com a produção foi diferente com afinação muito mais baixa, instrumentos de barítono, a voz do Mikko, etc.
M.I. - Ambos os álbuns de DoS têm 8 faixas... és fã deste número ou é uma coincidência?
Neste caso, é pura coincidência, mas 8 é um bom número de aparência redonda e um símbolo de eternidade invertido.
M.I. - Supostamente, tinhas a intenção de lançar outro álbum em 2008, mas isso não aconteceu. Por quê?
Tive problemas muito sérios com a editora na altura e ficou impossível continuar a banda na época. A editora faliu há 6 anos e, desde então, pude usar o nome novamente, mas não vi motivo para isso até as primeiras músicas nascerem em 2019.
M.I. - Já tinhas composto várias músicas e o Fernando Ribeiro, dos Moonspell, e Ville Sorvali, dos Moonsorrow, foram alguns dos músicos convidados. Afinal, quem são os convidados no novo álbum?
Há outros planos que conversámos com o Fernando na altura, mas que não estavam diretamente ligados aos DoS. No novo álbum, o Danny Tunker e Jukka Salovaara fazem 2 solos de guitarra cada. São uns tipos incríveis e músicos incríveis também! E, claro, o Mikko faz as vozes principais e o Lars Eikind (Before The Dawn) também canta numa música.
M.I. - Uniste forças com o Mikko Heikkilä, dando-lhe todos os deveres vocais. Por que optaste por trabalhar com ele? Por que era ele a escolha perfeita?
Ele cantou nos quatro álbuns dos Black Sun Aeon e eu já era fã da voz dele muito tempo antes disso. Uma voz tão sombria e triste. Trabalhar com ele é muito fácil e sinto-me muito à vontade para escrever um fluxo de pensamentos / emoções muito honesto e direto para ele cantar.
M.I. - Após um intervalo de 7 anos, finalmente, reivindicaste o trono da bateria para iniciar as gravações de Dawn Of Solace e foste massivamente inspirado por @waltsunfyre e @juusoraatikainenmusic e pela profunda tristeza da própria vida. Então, conseguiste aprender alguns truques novos?
Espero bem que sim. Mas deves perguntar isso ao Juuso e ao Waltteri :). Ambos são bateristas loucos, super musicais e criativos e eu nunca seria capaz de chegar nem perto do nível deles, mas tentei trazer a mesma criatividade e fluxo que os dois trazem para as músicas em que tocam.
M.I. - Existem 8 faixas em "Waves"... como foi compor e escrever todo o material? As músicas gravadas em 2007 estão neste álbum?
Todas as músicas são novas e escritas em 2019. A maioria das músicas foi escrita durante as gravações finais e todo o processo de escrita / gravação foi muito impulsivo. Levei algumas das ideias das gravações de 2007 para o álbum de estreia dos Black Sun Aeon em 2009.
M.I. - De todas as faixas... qual é a tua favorita? Por quê? Qual delas achas que vai agradar aos fãs?
“Lead Wings”. Realmente não me importo se agrada aos fãs ou não, mas adorarei tocar essa música (+ todas as outras) ao vivo com bateria.
M.I. - No momento, a banda conta com 2 membros... quem se juntará a vocês como músicos de sessão ao vivo?
Isso ainda está a ser planeado.
M.I. – Como correu a campanha oficial de pré-encomenda com muito material exclusivo?
Muito melhor do que eu esperava! Foi incrível ver muitas pessoas a participar e, especialmente, ver o quanto elas queriam ter o álbum de estreia também. É incrível ver esse álbum antigo ganhar vida novamente.
M.I. - A reação ao single foi incrível. Esperavas ter esse tipo de reação depois de tantos anos?
Eu sabia que fizemos um bom álbum, mas nunca se sabe realmente como as pessoas vão reagir, especialmente quando o estilo mudou desde 2006. Mas foi ótimo ver todo esse feedback incrível.
M.I. - Sobre o acordo com a Noble Demon, Tuomas Saukkonen disse que "Após 13 anos de silêncio e más experiências no passado com editoras, eu estava determinado a lançar o álbum DoS 100% por conta própria. Mas depois de longas e completas conversas desde o início da primavera até ao fim do outono, planeando, (...), percebi que entregar a minha arte nas mãos de Noble Demon seria a melhor decisão!". O que há de tão especial na Noble Demon, afinal? Recebeste ofertas de outras editoras?
Eu recebi várias ofertas, mas achei que, com a Noble Demon, seria uma prioridade e que eles tratariam o álbum mais como uma arte do que como um produto. Também conversamos muito sobre tudo relacionado com o novo álbum antes mesmo de finalizar o contrato, e criamos um bom vínculo com a editora.
M.I. – Os DoS abrirão algumas novas portas durante o verão ao tocar o primeiro concerto fora da Finlândia e também os primeiros festivais na história da banda. Estás empolgado? Já têm mais datas?
Estou extremamente empolgado. Também haverá 2 concertos na Rússia, mas parece que os DoS tocarão apenas esses 5 concertos agora confirmados para 2020. Ainda estou aberto a ofertas, mas os Wolfheart também lançarão um novo álbum em 2020 e estarei ocupado com as tournées. Também não tenho pressão para colocar os DoS em palco. Em vez disso, prefiro fazer apenas concertos especiais bem selecionados.
M.I. - Tuomas é compositor, multi-instrumentista, cantor e produtor... quão complicado é ser tão talentoso? Além disso, quantas horas tem o teu dia?
Eu diria que o mais complicado é ter tantas ideias, porque fazê-las ganhar vida significa geralmente uma enorme carga de trabalho. Eu tenho poucas horas nos meus dias :). Acho que o meu problema é ser teimoso com a necessidade de dar vida a todas as ideias. Por isso, ser talentoso desempenha um papel muito pequeno. É mais sobre sujar as mãos e empurrar toda a carga de trabalho e obstáculos para obter algo.
M.I. - Como conseguirás conciliar os horários de tournée e gravação dos DoS e Wolfheart?
Como todos os horários passam por mim, é muito fácil. Wolfheart é a banda principal, então a prioridade é clara.
M.I. - O que mudou na cena musical nos 13 (quase 14) anos de silêncio dos DoS?
As redes sociais e streaming são duas grandes mudanças. Além disso, passamos de revistas impressas para webzines, tornando-se num tipo de mundo diferente no cenário musical agora. Pessoalmente, não tenho nenhum problema com as mudanças, pois tudo muda de qualquer maneira. Só precisas de te deixar levar!
M.I. - Queres deixar alguma mensagem aos fãs e leitores da Metal Imperium Webzine? Desejo tudo de bom para os teus projetos!
Espero ver-vos em Portugal em breve!
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Entrevista por Sónia Fonseca