Recentemente, tivemos o prazer de conversar com os Coronatus. Esta banda alemã, que começou em 1999, partilhou algumas coisas connosco, como o novo álbum e as principais influências, a história por detrás da junção de duas vocalistas e a festa de lançamento. Desfrutem!
M.I. - Olá e muito obrigada pela entrevista. Como se sentem?
Muito bem, obrigado! Terminamos um novo álbum, fizemos dois vídeos, e fizemos um concerto de apresentação. Isso deixa-me muito orgulhoso. Há muito esforço contido nessas atividades.
M.I. - Fala-nos um pouco sobre vocês, enquanto banda.
Bem, para ser sincero, não somos realmente uma banda desde pelo menos o nosso quinto álbum (Recreatio Carminis). Nós somos um projeto de música sinfónica de metal. A nossa marca de destaque são as duas cantoras. Uma soprano, outra com um estilo mais rock. Temos fortes influências de carácter folclórico e medieval, mas também outros tipos de música. Então, pode-se dizer que Coronatus é um projeto cruzado com raízes no metal sinfónico e gótico.
M.I. - Vocês começaram em 1999, mas, em 2004, vimos uma formação diferente: duas vocalistas, com registos vocais distintos. O que nos podes dizer sobre isto?
Esta é realmente uma história muito antiga: tínhamos uma oferta para um concerto, mas nenhum vocalista. No elenco, Carmen com a sua voz soprano brilhante e Verena com uma voz rock. Na verdade, não podíamos decidir qual seria o melhor para a nossa música. Então, finalmente, decidimos pegar nas duas e dividir as linhas vocais entre as duas vozes. Este foi o nascimento “real” de Coronatus, acho eu.
M.I. - Vocês são alemães, mas cantam em Inglês e Latim, devido aos temas musicais que abordam. Porquê Latim? Estudaram esta língua?
O som do discurso em Latim apoia bem a grandeza que gostávamos de expressar nas nossas músicas nos álbuns anteriores. No entanto, não escrevemos letras em latim durante anos. Nos últimos 3 álbuns, não foi usada nenhuma letra em Latim. Isso também se deve ao facto de que ninguém estudou Latim, principalmente eu. E como, enquanto eu estiver a escrever a maioria das nossas músicas e letras, seria muito difícil fazer isso em Latim. Mas posso imaginar usar letras em Latim em produções futuras, se puder gastar tempo suficiente para aprender mais sobre Latim.
M.I. - Doze anos passaram-se, desde que tudo começou e vocês fizeram uma tournée com várias bandas, como Haggard e Within Temptation. Conta-nos como foi profissionalmente falando?
Para ser honesto, não fizemos uma tour com Within Temptation. Apenas tocámos como banda suporte num único concerto, em Budapeste. Claro, essa foi uma ótima experiência, assim como a tournée com Haggard em 2011. Especialmente Within Temptation que influenciou e ainda influencia muito a nossa música, por isso foi uma grande honra apoiá-los.
M.I. - Em Junho de 2007, lançaram o vosso primeiro álbum ("Lux Noctis"), através da Massacre Records e a 29 de Novembro de 2019 foi o lançamento do vosso nono álbum de estúdio ("The Eminence Of Nature", da Massacre Records). Conta-nos como correram as coisas com este novo registo.
Começou com a composição, é claro. Isso foi feito sozinho em casa, no computador, já que eu alinhava as músicas na primeira versão. A maioria das músicas escrevi no outono de 2018 até à primavera de 2019. Escrevo sempre primeiro a música, contendo as linhas vocais também. A letra segue mais tarde. Em seguida, essas versões foram transferidas para o Dennis, que elaborou as partes orquestrais das músicas e as transferiu para o estúdio de Markus Stock (Klangschmiede Studio E). Então, na nossa primeira sessão de gravação em Abril, gravei a bateria e Kristina as partes de violino. As guitarras de Jörn, vozes masculinas e vozes de rock feminino e coros, foram gravadas na nossa segunda sessão em Maio por Teddy e Mareike, respetivamente. Então surgiu o primeiro problema real: Carmen, que primeiro concordou em cantar as partes soprano, retirou a sua participação. Assim, tivemos que encontrar outro cantor, e finalmente encontramos a Katharina, uma cantora soprano profissional, com um Mestrado em Artes. Assim, numa terceira sessão de gravação muito curta em Junho, ela conseguiu cantar todas as partes que faltavam de soprano e coro, em apenas 5 horas!! Este foi realmente um ótimo trabalho. Até então, o baixo ainda estava a faltar, já que Bert não teve tempo de participar na gravação. Assim, outra vez, o Markus gravou o baixo. Depois de tudo isso, a mistura e masterização do Markus completaram a produção do álbum. E, com tudo isto, já era agosto.
M.I. - "9000 Years Ago" é o nome da faixa disponível para streaming. Qual o significado da música?
Esta música fala da colonização inicial da Escandinávia, após a última era glaciar na Europa. Obviamente, adicionamos alguns aspetos de fantasia a isso. A história não pretende refletir uma imagem científica da história.
M.I. - No dia 30 de Novembro, vocês fizeram uma festa de lançamento. O local foi o "Wunderwerk" em Hechingen (a cerca de 70 km a sul de Estugarda) e tiveram uma convidada especial: Melly. Que outras surpresas houve?
A festa de lançamento foi muito boa! Nós gostamos de fazer o concerto e apresentamos a maioria das novas músicas pela primeira vez ao vivo!
M.I. - A capa do álbum é uma mulher nas montanhas, como se estivesse numa luta. Isso possui alguma mensagem?
Simplesmente reflete a estreita relação humana com a natureza e a dura luta de viver que acompanha sempre essa relação. Os seres humanos podem adorar e apreciar a beleza da natureza. No entanto, também devemos ser humildes com o seu poder.
M.I. - Quais foram as principais influências para este álbum?
As principais influências para mim são bandas como Nightwish, Within Temptation, Eluveitie, Ensiferum, Meat Loaf e muitas outras. Claro, isso sempre tocará na minha própria composição. Mas eu não acho que desta vez foi diferente do que nos álbuns anteriores.
M.I. - "Midsommar" é como uma música Irlandesa de Folk Metal. Bonita, tão magnífica. Conta-nos mais.
De facto, essa música é um pouco notável, já que inicialmente eu escrevi-a para outro projeto e, portanto, as vozes principais eram masculinas, cantadas por Teddy. Foi a primeira música que escrevi depois do álbum “Secrets of Nature”. A Kristina e eu somos grandes fãs de música irlandesa.
M.I. - Têm planos para vir a Portugal, no próximo ano?
Seria ótimo! Se houver algum convite, teremos orgulho de ir à vossa terra!
M.I. - Muito obrigada. E algumas palavras finais, que gostarias de deixar para os nossos leitores?
Obrigado a ti também! Apenas usufruam da nossa música!
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Entrevista por Raquel Miranda