O doom metal nacional ficou mais rico no passado ano de 2017, com o nascimento dos Stones of Babylon. Se em 2018, com o seu EP de estreia, ou demo, se lhe quiserem assim chamar, “In Portuguese We Say Padrada”, tinham surpreendido os apreciadores do verdadeiro stoner, este “Hanging Gardens” veio confirmar que estamos perante uma banda com enorme qualidade.
Oriundos da cidade de Lisboa, os Stones of Babylon são um trio composto por Pedro Branco na bateria, João Medeiros no baixo e Rui Belchior na guitarra, que, entretanto, substituiu Pawel, um dos membros originais da banda. Não mencionei nenhum vocalista pela simples razão de que ele não existe. A música dos Stones of Babylon é instrumental.
“Hanging Gardens” é então o nome deste trabalho, que foi lançado no passado, dia 27 de dezembro. Tal como o nome indica, nele podemos encontrar alguns sons que nos pretendem transportar até à longínqua Babilónia. Os nomes das músicas, sempre com referência a essa majestosa cidade, não deixam dúvidas sobre a influência que este período da história exerce sobre os Stones of Babylon. A sua música tem também, segundo os próprios, fortes influências de Black Sabbath e apresenta algum psicadelismo que polvilha estes cinco temas que compõem o álbum.
“Hanging Gardens” é a faixa homónima que inicia este trabalho. Uma viagem de quase oito minutos que começa, justamente, por uma introdução que visa realçar a grandeza dos jardins suspensos da Babilónia. Segue-se “Coffea Arabica”, que se inicia com uma melodia que lembra música árabe, mas que é interrompida por um som stoner doom, com uma bateria violenta e guitarra forte, não deixando, porém, de permitir a visita, aqui e ali, dessa melodia inicial.
“Ziggurat” é o tema mais atmosférico do álbum. Com uma toada lenta que se mantém por quase toda a música, surpreende-nos já na parte final com uma subida brusca de ritmo que lhe imprime bastante força. Até ao final deste álbum temos somente mais dois temas, ambos com esta já mencionada “veia árabe”, que torna tão característica a sonoridade dos Stones of Babylon, tornando-a distinta de outras tantas bandas que escolheram também o stoner/doom para se expressarem. Não fazendo uso de vocais nos seus temas, foi esta a forma encontrada por esta banda para se identificar.
“Hanging Gardens” é um bom álbum, feito por uma banda com excelentes músicos. A Metal Imperium esteve na apresentação deste registo, no passado, dia dez de janeiro no Sabotage Club e pôde comprová-lo. Estes cinco temas foram tocados de uma forma que roçou a perfeição, sendo muito bem aceites pelo público presente.
Nota: 8.2/10
Nota: 8.2/10
Review por António Rodrigues