Os Rage são uma instituição do heavy metal germânico que, desde os anos 80, tantas e boas bandas nos tem trazido. Com mais de 30 anos de carreira, este grupo é um porta-estandarte da cena alemã, a par de nomes como os Helloween, Accept, Running Wild etc... Uma banda por onde já passaram vários músicos, tendo no entanto três line-ups que se destacaram pela sua longevidade e influência, estando agora numa 3ª encarnação, com Marcos Rodriguez na guitarra e Vassilios Maniatopoulos na bateria, sempre com Peavy Wagner na voz e baixo como frontman e único elemento fundador.
Winds of Rage, é o 25º álbum de estúdio (contando com “Prayers of Steel” editado como Avenger) e será lançado no presente mês.
Como um fã mais antigo, as primeiras impressões com que fiquei numa 1ª escuta do álbum foram algo estranhas, com a sensação da inclusão de alguns elementos novos no som dos Rage, desde algumas vozes mais “guturais”, a bombos duplos e, um som mais pesado no geral. Uma "atualização" do som da banda, tornando-o mais atual, provavelmente fruto destes “novos” elementos que chegaram à banda, há cerca de 4 anos.
O álbum arranca com os 3 temas de avanço, que já foram tornados públicos e com direito a vídeo (um deles lyric video apenas) – “True”, “Let Them Rest in Peace” e “Chasing the Twilight Zone”.
“True”, apesar de uma entrada invulgar meio “spooky” e com algumas vozes mais típicas de outros estilos, traz-nos o estilo melódico e groovy dos germânicos. “Let them Rest in Peace” foi o 1º single do álbum, e é uma crítica ao Homem e aos líderes que nos governam, sendo um tema mais pesado que foge um pouco ao estilo da banda. Já “Chasing the Twilight Zone” mantém o pé no pedal com o mesmo estilo pesado mas melódico e com um refrão muito marcante, à semelhança da faixa anterior.
“Tomorrow" e “Winds of Rage”, tema que dá nome ao álbum, são temas mais próximos de uns Rage dos anos 90, com belos solos de guitarra, que completam assim a 1ª metade do disco.
A intro “Shadow over Deadland” traz uma viragem no disco e traz-nos uns Rage mais calmos e orquestrais, mas também algo descaracterizados e desinteressantes nas faixas “A Nameless Grave”, “Don’t Let Me Down” e “Shine a Light”.
“HTTS 2.0”, uma recriação de um tema já com 20 anos, editado no álbum “End of All days”, volta a trazer algum foco ao disco, que termina com “Blame It on the Truth” e For Those Who Wish to Die”, um pouco mais consentâneos com os pergaminhos da banda.
De uma forma geral, este álbum traz-nos uma banda renovada no tempo, com uma forte secção rítmica e grandes guitarras a acompanhar a voz de Peavy, que aos 55 anos (feitos nos últimos dias), é ainda um porto seguro. No entanto, trazem-nos um álbum algo desinspirado e muito pouco homogéneo.
Não esquecer que depois de uma passagem pelo Paradise Garage em 2003, Portugal vai poder revê-los no Festival Milagre Metaleiro, a acontecer em Pindelo dos Milagres (Viseu), no Verão de 2020.
Nota: 6.5/10
Nota: 6.5/10
Review por Pedro Rego