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Oberst - "Paradise" Review


Os Oberst são uma banda de hardcore/metal, que se prepara para lançar o seu álbum de estreia no próximo dia dezassete de janeiro. Oriundos de Oslo, na Noruega, a sua sonoridade foge um pouco aquele hardcore tradicional, na verdade, eles são até bastante progressivos, indo buscar muito daquele som que estamos habituados a ouvir nos temas de Mastodon, ou Baroness, por exemplo.

O seu EP homónimo já tinha deixado boa impressão sobre a sonoridade e capacidade de composição deste quarteto, sobretudo no seu país de origem, onde alcançaram significativo sucesso. Este primeiro Longa Duração, vem confirmar essas qualidades e tentar algo mais, agora além-fronteiras, tentando a internacionalização da banda.

“Paradise” está longe de ser isso mesmo, um paraíso. De facto, este álbum resulta de um trabalho árduo que se arrasta há três anos e que só agora se encontra concluído, prestes a ver a luz do dia através da Indie Recordings. A produção ficou a cargo dos Oberst, que afirmam que este álbum tem uma sonoridade bastante fresca e acessível, mesmo para um público que não seja aficionado por rock ou metal.

“Paradise” é todo ele uma história, que nos é contada ao longo das dez músicas que compõe este álbum. O medo de um possível apocalipse, as hipóteses de fuga a esse fim, mas também a esperança e a amizade, são alguns dos assuntos explorados nas letras das suas composições.

A voz de Tarjei Kristoffersen é semelhante à de Andrew Neufeld (ex-Comeback Kid, Sights and Sounds), não só pela sonoridade, mas pela energia com que é libertada. Para além das suas capacidades como vocalista da banda, ele é também um bom guitarrista que, juntamente com Dennis Estensen, o outro génio das seis cordas, foram recentemente nomeados pela Music Radar para melhores novos guitarristas de 2019.

A primeira faixa deste álbum, “Vagabonds” é uma das mais rápidas e desengana logo qualquer ouvinte acerca do que é este trabalho. “Fiends” parece ser um tema mais calmo, mas não por muito tempo. Antes de chegarmos a meio desta faixa, já o ritmo característico destes noruegueses foi recuperado. Todos os temas são muito bem trabalhados instrumentalmente e não são nada repetitivos, revelando capacidade de composição e vontade de experimentar todos os caminhos possíveis dentro deste género musical. Individualmente os membros dos Oberst confessam ser apreciadores de géneros musicais distintos, como rock, pop ou jazz e aqui e ali podemos perceber essas influências. “Parting” é o primeiro single retirado deste trabalho e um claro exemplo do que acabei de referir. Bastante rock, fala-nos sobre recomeços e segundas oportunidades. É talvez a faixa mais calma de todo este trabalho e sem dúvida, a que fica mais no ouvido. Excelente escolha para servir de cartão de apresentação a este álbum.

“Paradise” é um bom álbum, que se valoriza ainda mais por se tratar de um álbum de estreia.

Nota: 9/10

Review por António Rodrigues