Era um cartaz daqueles, capazes de satisfazer qualquer apreciador de metalcore, o que a Head Up Shows conseguiu trazer a Portugal. Três nomes internacionais, com provas dadas nessa categoria musical, que se estreavam todos eles no nosso país, e logo para duas datas. Algo que não acontece com muita regularidade. Para tornar ainda melhor esta noite, foram convidados os Ho-Chi-Minh, banda de Beja, também com cartas dadas neste estilo. Depois de na véspera ter passado pelo Porto, dia 16 foi a vez do RCA Club acolher este evento.
Como já referimos, coube aos Ho-Chi-Minh iniciarem as hostilidades e eles fizeram-no de forma brilhante com “Blindness”.
Logo no início deste tema, deu para reparar que o público presente estava ali para se divertir e iria aproveitar todos os minutos. Mosh, stage diving, a assistência estava em sintonia com os Ho-Chi-Minh e eles não tiraram o pé do acelerador. “Madness”, “Ashes” e “Alive” foram tocadas de enfiada, com muita energia e boa disposição. Nem sequer o facto de o PC não ter colaborado no último tema, levando à sua repetição, pareceu incomodá-los “Vão ter de levar connosco mais três minutos” disse Skatro. O espetáculo terminou com um pedido de apoio à música feita em Portugal e a promessa de um novo álbum para o princípio de 2020.
Seguiram-se os Sylar que subiram ao palco ao som de uma contagem decrescente que se fazia ouvir na sala.
Estes nova iorquinos iniciaram a sua atuação com “Assume” e parecia que o seu som não estava a convencer o público presente. Puro engano. Ao segundo tema já todos se iam aproximando do palco e se abanavam enquanto “Shook” era tocada e cantada a plenos pulmões. Após “Same Dance”, Jayden agradeceu ao público presente todo o apoio nesta primeira vinda ao nosso país. Os Sylar terminaram com “All or Nothing”, uma atuação de trinta minutos, divididos quase matematicamente pelos três álbuns da banda.
Estes nova iorquinos iniciaram a sua atuação com “Assume” e parecia que o seu som não estava a convencer o público presente. Puro engano. Ao segundo tema já todos se iam aproximando do palco e se abanavam enquanto “Shook” era tocada e cantada a plenos pulmões. Após “Same Dance”, Jayden agradeceu ao público presente todo o apoio nesta primeira vinda ao nosso país. Os Sylar terminaram com “All or Nothing”, uma atuação de trinta minutos, divididos quase matematicamente pelos três álbuns da banda.
Perto das 21h35 foi a vez de os holofotes incidirem sobre os Veil of Maya. Este grupo de Chicago pratica de algum tempo para cá, um som mais progressivo, distante daquele que marcou o início desta banda. Aquele baixo com oito cordas não oferecia dúvidas sobre a sonoridade desta banda e foi interessante ver como Dan Hauser usava todas elas. O tempo do deathcore já ficou para trás e talvez por isso, tenham apenas tocado temas dos seus dois últimos álbuns “Matriarch” de 2015 e “False Idol” de 2017. Instrumentalmente muito ricos, iniciaram a sua atuação com “Whistleblower” e foram forçados a tocar o tema seguinte “Nyu” sem vocais. Problemas técnicos com o microfone de Lucas Magyar, que foram rapidamente ultrapassados. O concerto dos Veil of Maya foi muito bem recebido e houve ainda tempo para uma música nova. “Members Only”, single do próximo álbum, que foi tocada para todos os presentes. “Mikasa” terminou uma atuação de trinta e cinco minutos que soube a pouco, por ter sido tão boa.
O melhor da noite ainda estava para vir, tudo apontava para isso. Porém, os Attila teriam ainda de o provar. “Proving Grounds”, foi o tema usado para o pontapé de saída e logo grande parte do público ajudou Chris com o coro, cantando com ele “hey, hey”. Em simultâneo, o palco era constantemente tomado de assalto pelos stage divers que estiveram incansáveis do primeiro, ao último tema. As músicas dos Attila pareciam querer provocar isso mesmo e seguiu-se “Moshpit”, tema do álbum “Chaos”, de onde também tocaram, logo de seguida, “Queen”, dedicada a todo o público feminino presente. O espetáculo destes norte americanos, vindos da Geórgia, incidiu muito nos inúmeros clássicos colecionados ao longo da sua carreira. Foi preciso esperar pelo quinto tema para que surgisse algo vindo do mais recente álbum “Villain”, e foi logo o tema que dá nome a esse registo, a que se seguiu “Bad Habits”, igualmente extraída desse registo.
Este concerto era especial em muitos sentidos para a banda. Para além de ser a primeira vez que visitavam o nosso país, este espetáculo, em particular, encerraria a tournée e seria até, o último da década, segundo nos disseram os próprios Attila. Voltaram os clássicos ao alinhamento e em “Party With the Devil”, o próprio Chris fez stage diving. Questionada sobre se queriam ouvir algo realmente antigo, a audiência respondeu afirmativamente e em troca recebeu o tema “Payback” de 2011. O concerto encaminhava-se para o fim, mas não sem antes os Attila tocarem os temas “Middle Fingers Up” e a novíssima “Toxic”, após o que abandonaram o palco. Todos sabiam que ainda faltava algo. A mala térmica que andou aos pontapés de um lado para o outro do palco durante todo o concerto, dava uma clara pista. Havia quem chamasse pelos Attila e quem gritasse “Pizza”. A banda voltou, trazendo consigo uma caixa de pizza, que assim que o tema arrancou, foi atirada para a plateia e fez várias viagens entre esta e o palco durante todo o tema. Foi assim, em clima de completa loucura, que terminou este evento, com a promessa dos Attila em voltar ao nosso país, logo que lancem um novo álbum.
Texto por António Rodrigues
Fotografia por Sofia Monteiro
Agradecimentos: Head Up! Shows