Na passada sexta-feira, a Sala Tejo da Altice Arena foi palco para o regresso ao nosso país, dos Alter Bridge. A banda de Myles Kennedy e Mark Tremonti voltou a Portugal, para apresentar o novo álbum "Walk the Sky", o seu sexto álbum de estúdio, editado em outubro.
Com lotação esgotada era uma pequena multidão que aguardava pelas 18h30 para abertura das portas, misturando-se com quem aguardava também pela autorização de entrada na vizinha Altice Arena para o também esgotado concerto de Bryan Adams. O caos resultante, especialmente para arranjar estacionamento, fez com que os The Raven Age entrassem em palco às 19 horas perante uma plateia ainda a meio gás. A banda do guitarrista George Harris, filho de Steve Harris dos Iron Maiden, regressava a Lisboa para mostrar o novíssimo "Conspiracy", arrancando com "Betrayal of the Mind", o single de apresentação do disco. O metalcore melódico da banda inglesa já tinha mostrado competência da última vez que passaram pela capital, como suporte dos Maiden o ano passado. Com o novo disco a ser o foco de todas as atenções - só "Angel in Disgrace" de "Darkness Will Rise" (2017) teve honras de ser tocada, no encerramento da prestação desta noite - destaque para "Fleur de Lis" e "Seventh Heaven".
Pontualmente às 20 horas tomam posição no palco da Sala Tejo os Shinedown, quarteto da Flórida que tem recebido excelentes críticas. Sem disco novo desde "Attention Attention" do ano passado, a banda passou em revista quase toda a sua discografia (deixaram de lado os dois primeiros discos), arrancando com "Devil", mas foi com "Enemies" que a plateia mais se manifestou, ou não fosse essa a música mais reconhecível da banda, especialmente para quem assiste a luta livre americana. Sem aquecer sobremaneira o público que entretanto já enchia quase toda a sala, foi interessante ver "Simple Man", versão de tema dos conterrâneos Lynyrd Skynyrd, bem como a sequência final com "Sound of Madness" e "Brilliant".
Pouco tempo demorou a mudança de material de palco, mas mesmo assim já eram quase 22 horas quando soaram os primeiros acordes de "Wouldn't You Rather", faixa do novo disco dos Alter Bridge, "Walk the Sky", e que a banda da Flórida veio apresentar a Lisboa. Com meia dezena de painéis de vídeo atrás da bateria de Scott Phillips e uma grande presença em palco logo desde o primeiro segundo, os norte-americanos contaram com o apoio incondicional do público nacional, que foi acompanhando a banda ao longo de "Isolation" e "Come to Life", regressos a 2010 e 2007, respetivamente. "Brand New Start" fez a banda regressar ao novo disco, enquanto se viam imagens do fundo do mar. "Pay No Mind", "Ghost of Days Gone By" e "Native Son" mostraram Myles Kennedy e Mark Tremonti a trocarem sistematicamente de posição em frente ao palco enquanto mostravam os seus dotes na guitarra solo.
Os dotes de Kennedy com um mini solo antecedem a pergunta à plateia: "Lisbon, are you ready to rise?". Ao rubro, a Sala Tejo gritou a plenos pulmões o excelente "Rise Today", logo seguido pela nova "Take the Crown", enquanto os ecrãs voltaram a ter eles o protagonismo em "Cry of Achilles", acompanhando a banda com banda desenhada baseada na mitologia grega do tema, e onde volta a haver oportunidade para os dois guitarristas brilharem em frente ao palco. O público em delírio chama pela banda alto e bom som, e Myles pede aplausos para Tremonti, que toca e vocaliza "Forever Falling". Myles regressa sozinho com guitarra acústica para tocar "Watch Over You" de 2007, acompanhado em coro pela plateia, e a recta final arranca com "Blackbird", seguido do enorme hit "Open Your Eyes", com a banda a parar de tocar para deixar Lisboa brilhar. "Metalingus" encerra o concerto mas não foi necessário esperar muito pelo regresso da banda, para um encore com a nova "Godspeed" e o fecho com "Addicted to Pain".
Texto por Vasco Rodrigues
Fotografias por Hugo Rebelo
Agradecimentos: Prime Artists