Com este álbum demos um passo em frente no que toca à nossa sonoridade, foi um enorme desafio para todos nós em criar estas músicas. Conseguimos captar bem em disco a energia que temos ao vivo e também incluir outros elementos sonoros que não tínhamos no “Adapt & Survive”, como por exemplo os teclados que fez com que tivéssemos ambientes que até agora não tínhamos. Sentimo-nos musicalmente muito mais completos sem nunca perder o nosso caminho e som característico.
M.I. - Como tem sido o acolhimento por parte do público deste novo álbum?
O feedback tem sido positivo, prova disso foi a festa do lançamento do disco no Hard Club completamente esgotada. Obviamente que isso deu-nos ainda mais força para os outros concertos que vamos tendo e também para os objetivos que pretendemos alcançar. Conseguimos também chegar a algum público que nos desconhecia e isso é um dos objetivos que pretendíamos
M.I. - Os 5 anos que separam o "Adapt & Survive" do "We defy", com o natural amadurecimento da banda e com alterações da composição física da banda, como funcionou a composição? Quem é responsável pela parte lírica?
Demorou mais tempo do que estávamos à espera, houve algumas alterações no line-up da banda, mas o que nos fez atrasar foi estarmos constantemente a tocar ao vivo. Aliás no fundo até foi bom pois possivelmente ganhamos ainda mais experiência com esses concertos todos, a rodagem fez-nos crescer tanto como músicos como pessoas. Também as ideias e músicas que estávamos a preparar foram podendo ser alteradas e tiveram assim espaço para amadurecerem um pouco mais. A parte lírica continuo a ser eu como nos trabalhos anteriores.
M.I. - Existiram algumas participações especiais no "Adapt & Survive" , que participações especiais podemos esperar no "We Defy"?
Tivemos as participações de guitarristas amigos como o Nuno Veggy que já foi nosso guitarrista e que fazia todo o sentido participar neste álbum, a do André Ribeiro (Sullen, Sollar) e o Gonçalinho com o Saxofone.
M.I. - Como surgiram estas participações, nomeadamente, na "Uncover the Masks"?
A "Uncover the Masks" decidimos regravar pois achamos que encaixava bem neste disco. Já a tínhamos gravado no Ep “…the Truth Vnravels” em 2010, também na altura tivemos um convidado e quisemos novamente repetir o convite a um saxofonista, que desta vez foi o Gonçalinho um amigo próximo do nosso baterista Marco Duarte,
M.I. - Equaleft tem dividido palco com nomes sonantes como Gojira e Sepultura, e ultimamente, têm surgido alguns burburinhos, quanto ao alegado vedetismo que se tem vindo a sentir por parte de algumas bandas no metal nacional, sentem esse vedetismo?
Sinceramente não ligamos muito a isso, sempre nos concentramos no principal objetivo que é criar música e poder partilha-la com outros, esse tipo de “novelas” não vale a pena. Sempre houve e vai sempre haver esse tipo de situações, o que importa é manter o foco na música e não nisso.
M.I. - Equaleft é uma das bandas mais respeitadas, e atrevo-me a dizer, mais acarinhadas do público do underground nacional, qual o segredo?
O segredo é continuar a fazer a música que gostamos e respeitar bandas, público, organizadores, etc com quem nos cruzamos. Há espaço para todos e o underground está bem vivo, cheio de bandas novas e temos que aprender uns com os outros. Para nós é fundamental sentir a música que criamos para a podermos partilhar de uma forma mais sincera.
O Equaleft são eu Miguel Inglês na voz, Bernardo “Malone” e Miguel Martins nas guitarras, André Matos no baixo e Marco Duarte na Bateria. Em Equaleft tentamos ao máximo ter a maior liberdade na composição das músicas que fazemos, damos um pouco de cada um de nós e tem funcionado ao longo dos anos. Embora tenhamos tido bastantes mudanças na formação, sempre conseguimos os adaptar e sobreviver aos obstáculos que nos aparecem pela frente.
M.I. - Estamos habituados a ver Equaleft no Metalpoint, Equaleft no hard club, Equaleft em diversos festivais, mas não é habitual uma banda de metal do panorama urderground num Hard Rock, como foi atuar numa sala diferente?
Desafios é algo que gostamos muito e então o Hard Rock Café Porto lançou-nos o desafio de fazer um concerto cujo o valor total revertia para apoiar a investigação do cancro da mama através do Fundo IMM Laço. Assim com este concerto do Pinktober fomos a primeira banda de metal a tocar no Hard Rock Café Porto, conseguimos assim uma casa cheia e ajudar numa causa tão nobre.
Mostramos o porquê de o público do metal ser tão solidário e unido em causas destas.
M.I. - Mesmo não sendo um evento num local onde não fazem concertos de metal conseguiram esgotar o Hard Rock Café Porto. Próximos concertos?
Vamos ter bastantes em 2020, mas anunciados para já só da nossa presença no mítico SWR- Barroselas Metalfest .
Entrevista por Ana Carneiro