About Me

Entrevista aos Tygers Of Pan Tang


Conversámos com Jack Meille, vocalista dos veteranos e um dos nomes mais importantes da chamada New Wave Of British Heavy Metal (NWOBHM), Tygers Of Pan Tang. Formados em 1978 – embora com um hiato de 12 anos -, falámos sobre o álbum “Ritual” e um pouco sobre a história da banda.

M.I - Antes de mais, parabéns pelo fantástico novo álbum.

Muito obrigado! Também estamos todos muito orgulhosos do nosso novo "bebé"!


M.I - A vossa música sempre contou com ganchos envolventes e melodias atraentes. Qual é o processo de composição? Primeiro a letra? Primeiro os acordes? De onde tiram a inspiração? Todos os membros contribuem?

Nós não temos regras. Todos somos capazes de escrever músicas. Há músicas que foram escritas e arranjadas na sala de ensaios, algumas no estúdio doméstico do Gav, o nosso baixista... E depois há músicas como "Words Cut Like Knives" que se completaram enquanto Micky e eu tocávamos juntos.


M.I - Qual é a maior diferença do “Ritual” para os álbuns anteriores?

A confiança que temos na banda. Queríamos produzir um álbum que pudesse arrasar, mas com ótimas melodias e refrões cativantes. Mal podíamos esperar para ver e ouvir os fãs a cantar essas novas músicas ao vivo.


M.I - Liricamente, o que abordam em “Ritual”?

Sou eu e Craig Ellis, o baterista, que escrevemos as letras. Temos duas abordagens diferentes: o Craig é um ótimo contador de histórias... Pensa em “Rescue Me” ou “Worlds Apart”, enquanto eu deixo para a primeira emoção que sinto quando ouço um riff ou groove. Tomemos, por exemplo, “Sail On”: no minuto em que ouvi aquele riff, imediatamente visualizei as ondas e um navio preso numa tempestade... E isso deu-me a inspiração para escrever a letra.


M.I - Vocês já cá andam há algum tempo... No começo, havia muito trabalho publicado num curto espaço de tempo. Nos últimos anos, passaram mais tempo no estúdio e investiram mais em digressões... O que preferem? Construir um álbum em estúdio ou uma performance explosiva ao vivo?

Devias fazer essa pergunta ao Robb... Mas pelo que ele nos diz, no início dos anos 80, tudo era diferente e a agenda da digressão - álbum - digressão - álbum era difícil e cansativa. Não houve tempo para deixar as músicas "respirarem". Hoje em dia, conseguimos escrever, organizar muitas músicas e escolher as melhores para o álbum.


M.I - Sendo um dos maiores nomes do NWOBHM, acham que esse movimento ainda é relevante hoje? Acham que os jovens de hoje reconhecem a importância que teve na música de hoje?

O NWOBHM teve um grande impacto e provou ser algo que os fãs e ouvintes de rock ainda se podem ligar. Era algo que estava muito relacionado aos tempos em que começou. A Inglaterra estava a mudar rapidamente e não foi uma mudança fácil... As pessoas não estavam felizes... muitas famílias debatiam-se com dificuldades; muitas fábricas estavam a fechar, assim como, as minas de carvão... NWOBHM era a música da classe trabalhadora e ainda o é. Acho que é por isso que ainda é tão atraente.


M.I - Olhando para trás, para os últimos 40 anos (embora, com um intervalo de 12 anos), qual foi o destaque da carreira da banda até hoje?

Eu sei que o Robb diria que foi o dia em que Tygers e Scorpions tocaram em Tóquio em dois locais diferentes e o concerto de Tygers esgotou... Para mim, foi tocar no Japão. Foi a minha primeira vez no Japão e adorei cada segundo!


M.I - Com quatro décadas de existência, passando por diferentes formações ao longo dos anos e ainda continuando com tanta força, qual é o segredo para continuar e manter a energia e a durabilidade que continuam a mostrar?

Adoramos tocar ao vivo. Adoramos conhecer os fãs após os concertos. Sou uma pessoa com muita sorte, pois vivo o sonho que tinha quando era adolescente.


M.I - Estamos a chegar a 2020... O que pensam do metal de hoje comparado com o dos anos 70, 80 e 90?

O metal sempre sobreviverá. O metal pode mudar o seu som, mas os ingredientes principais permanecerão os mesmos. Se isso nos faz suar e uivar para a lua, é Heavy Metal!


M.I - Tantos anos a tocar e apenas vieram a Portugal uma vez… Porquê? O que se lembram do concerto de 2017? Os fãs portugueses podem esperar outro concerto vosso em breve?

Devias perguntar aos promotores. Gostaríamos muito de voltar, mas... Por favor, esperemos que a companhia aérea não perca as nossas guitarras e baixos novamente!!!


M.I - Assim como aconteceu com os The Big 4 no Thrash, se pudessem escolher três bandas do NWOBHM para dividir um palco nalguns concertos, quem seriam?

Adoraria tocar com os nossos bons amigos Praying Mantis e Diamond Head.


M.I - Hoje em dia, o que ouvem? Quem pensam que representa melhor o metal mais recente?

No momento, o novo álbum dos The Who... Talvez não seja metal, mas ainda é um ótimo álbum de rock. Gostei do último álbum dos Flying Colors e do mais recente lançamento dos Diamond Head. Eles acertaram em cheio!


M.I - O que reserva o futuro para os Tygers of Pan Tang nos próximos 40 anos?

40 anos!?!? O Robb já teria 100 anos, como o Kirk Douglas, o ator. Aposto que ele ainda adoraria tocar “Euthanasia”! A sério, todos nós pensamos que queremos gravar outro álbum depois do “Ritual”, por isso, continuaremos a tocar por, pelo menos, mais 10 anos!


M.I - Alguma última palavra para os fãs portugueses?

Continuem a rockar, continuem a gritar e acreditem no poder do R'n'R!

For English version, click here

Entrevista por Ivan Santos