Os Cyhra são uma banda formada por ex-membros de diversas bandas do espectro do metal extremo, mas, ao ouvir o primeiro tema de "No Halos in Hell", a sonoridade do grupo Gioeli-Castronovo foi o que me saltou logo à vista, com a emotividade do vocalista Jake E. (ex-Amaranthe) a assumir o centro do som deste registo.
No tema-título, assim como em “Battles from Within”, torna-se evidente que a sonoridade dos Cyhra se aproxima, ao nível de orquestrações e teclados, dos Wintersun, com a voz de Jake E. a recordar Tobias Sammet em Avantasia. Por outras palavras, o segundo álbum dos Cyhra cimenta o som da banda no lado mais sinfónico e imponente do metal.
As guitarras de Jesper Strömblad e de Euge Valovirta complementam-se de forma extraordinária contribuindo para uma parede de som robusta, a relembrar os Nightwish em "Endless Forms Most Beautiful", sendo um bom exemplo desta coesão o tema “Kings Tonight”. Por sua vez, a bateria de Alex Landenburg é precisa e proporciona dos momentos instrumentais mais interessantes do disco, preste-se atenção ao acompanhamento ao solo de guitarra em “I Had Your Back” ou no início de “Hit Me”.
A presença dos sintetizadores, quer para efeitos atmosféricos, quer para dar mais ênfase às letras que estão a ser cantadas, é outra constante ao longo do disco, sendo um dos melhores exemplos da sua utilização o breakdown em “Dreams Gone Wrong”, ou o final de “I Had Your Back”..
No entanto, ao chegar a “Bye Bye Forever”, a ausência de dinâmica que diferencie os temas uns dos outros torna-se evidente, com os elementos mais pop do hard rock a se tornarem mais evidentes. Por exemplo, a primeira balada, acompanhada por piano, “Lost in Time”, faz lembrar Stone Sour, com a voz de Jake E., emotiva e cativante. Por outro lado, os momentos mais pesados do álbum surgem em “Man of Eternal Rain” no refrão, com solos de guitarra a lembrar Dragonforce, a exibir as capacidades técnicas dos instrumentistas de Cyhra.
"No Halos in Hell" é um disco que conjuga os vários elementos mais cativantes do metal e hard rock mais comercial, de forma a criar um disco que, apesar de coeso em termos sonoros, peca pela extensão e pelo facto de os temas terem demasiados elementos semelhantes. No entanto, certos temas proporcionam momentos de surpresa agradável como as guitarras acústicas no início de “Blood Brothers”.
Nota: 6/10
Nota: 6/10
Review por Raúl Avelar