O terceiro álbum dos americanos Bask abre com arpejos de guitarra em eco, numa atmosfera estranhamente reconfortante, a lembrar a fase mais recente dos Opeth em termos de sonoridade. Com efeito, “Three White feet” tem mudanças de métrica, guitarras distorcidas em pontos-chave e a voz de Zeb Camp é expressiva como a de Jon Anderson dos Yes (uma das influências mais presentes nalguns temas dos Opeth pós-Heritage).
O peso da bateria de Scott Midleton carrega o tema até ao final, em que chegamos a “New Dominion”, onde o timbre das guitarras lembra Palms (projecto de Chino Moreno dos Deftones e de ex-membros dos Isis). Neste tema, a originalidade dos Bask ganha maior força, com um equilíbrio extraordinário entre peso e capacidade técnica de execução instrumental. Mais alegre, “Stoned Eye”, com uma camada de som de órgão a harmonizar as guitarras, é um dos melhores temas do disco, com a sua sonoridade rock mais tradicional. “Rid of you”, traz consigo uma atmosfera inquietante e envolvente, a lembrar Wovenhand. “Noble Daughter’s I: Stave”: é agressivo como os Red Fang, mas calculista como os Mastodon, pela forma como a estrutura muda de um momento para o outro. A segunda parte do tema, “The Bow”, apanha o balanço do que o sucedeu e leva-o a uma interessante e abrupta quebra (destaque para o baixo de Jesse Van Note). O banjo em “Maiden Mother Crone”, com a percussão em marcha e a secção de cordas no fundo, a surgir em partes-chave do tema, tornando-o mais dinâmico e solene, faz deste último tema uma súmula interessante de tudo o que antes se ouviu (16 Horsepower é uma das influências que se aqui destacam).
No seu todo, "III" parece uma amálgama de várias influências musicais, até demasiado para ter uma identidade própria quando analisado à lupa, por um lado. Por outro lado, com alguma distância e várias audições, os seus sete temas ganham uma personalidade própria, demonstrando o talento da banda para escrever composições únicas e distintas.
Nota: 8/10
Nota: 8/10
Review por Raúl Avelar