Lazio, uma parte de Roma muitas vezes associada apenas ao futebol… mas isso poderá vir a mudar, pois, como é bem sabido, a cena metal em Itália tem vindo a crescer e os ADE são uma das muitas bandas na linha da frente.
Este projeto, sendo proveniente de Roma, encontrou a sua inspiração na história do império que teve como berço a sua cidade natal. Mal pesquisamos um pouco sobre os ADE, vemos que a banda pode ter levado a história do império demasiado à letra, com sucessivas substituições de membros da banda, quais imperadores romanos: só a título de curiosidade, 4 dos 5 membros da banda saíram em 2019, entrando outros 4. Este álbum, portanto, não teve um nascimento fácil. Mas logo veremos se isso influenciará o som do mesmo.
Como o próprio nome indica, "Rise of the Empire" aborda as origens sangrentas do império Romano e como este se tornou na potência do Mundo Antigo, com referências a diferentes fases da sua criação, tornando o álbum bastante forte em termos narrativos.
“The Gallic Hourglass”, “Chains of Alesia” e “Once the Die is Cast” são as músicas militares por excelência. A última, por exemplo, remete-nos logo para uma imagem perfeita das legiões romanas a avançar pelo campo de batalha em formação. “Gold Roots of War” mostra o lado mais pérfido das conquistas romanas, invocando os saques e a escravatura feitos aos povos conquistados, em oposição com a glória que as mesmas conquistas trazem ao povo romano e, acima de tudo, aos seus líderes, que justificam os seus meios com fins. Por outro lado, temos a vertente obscura dos jogos de poder existentes em Roma, como se poderá sentir nas músicas “Empire”, “Surpress the Riot” e “The Blithe Ignorance”, por exemplo.
Em termos musicais, destaca-se uma abordagem mais direta da banda às suas músicas, em comparação com o seu trabalho anterior, "Carthago Delenda Est", visível logo no primeiro single, “Empire”.
Salta igualmente à vista o trabalho feito por Nerva (guitarra principal) e Decivs (bateria), que mantêm as músicas a um nível completamente non-stop de início ao fim, mostrando que as mudanças de line-up não serão razão para "Rise of the Empire" falhar.
O álbum apresenta grandes músicas, com instrumentais bastante interessantes, que variam da violência pura em “Chains of Alesia”, “Once the Die is Cast” e “Veni, Vidi, Vici” à dicotomia entre um som mais calmo (embora ameaçador) e um mais agressivo (ex: “Surpress the Riot e “The Blithe Ignorance”), passando igualmente por sons a puxar o lado mais épico da banda, como em “Ptolemy Has to Fall”, onde os coros são predominantes.
Infelizmente, a banda fez uma escolha terrível quanto aos singles, que, a meu ver, são as piores músicas do álbum, por simplesmente apresentarem uma instrumentação bastante simplória, ao contrário do resto do álbum.
Adicionalmente, apesar de gostar do tom épico que a banda escolhe, confesso que a abordagem tende a ser um pouco abusiva, com algumas músicas a parecer que foram tiradas diretamente de uma soundtrack de um videojogo (ex: “Forge the Myth”).
No geral, este é um bom álbum, com sons bastantes interessantes, mas confesso que, se não fosse tão interessado pela história da Roma Antiga, este álbum poderia passar-me despercebido.
Melhores músicas: “Veni, Vidi, Vici”, “Surpress the Riot” e “Chains of Alesia”.
Nota: 7.1/10
Nota: 7.1/10
Review por João Drummond