Black Metal melódico com aquela muito característica atmosfera outonal e elementos Folk não é novidade para ninguém. Um sub-género que se tem mantido praticamente imutável desde os meados dos anos 90, com a redonda exceção das muitas bandas que começaram por praticar o estilo e acabaram por evoluir para algo diferente.
Com esta introdução quer-se desde já passar a mensagem de que não vão encontrar nada de revolucionário neste disco. No entanto, os Wyrd já andam a praticar o seu Black/Folk quase desde o início do milénio, o que faz com que se pegue neste disco com um certo respeito.
“Nature’s Book Drawn In Blood” é um bom exemplo: agressivo q.b. nas secções mais cruas, belo nas intervenções dos teclados e da flauta e diversificado por ser um tema que não cansa nos seus sete minutos de duração. “Misanthrope’s Dream” mostra o lado mais doom dos Wyrd, bem manobrado para evitar monotonia e “Seide” há de certeza agradar a todos aqueles que gostam de Arcturus e Ensiferum.
Por outro lado, apesar dos temas acima serem bons e não existir nenhum que se possa considerar fraco, nenhum deles tem a potência ou a criatividade necessária para fazer com que este disco se destaque de centenas de outros álbuns de Black/Folk atmosférico que por aí andam. O problema acaba por estar no facto de que todas as composições aqui feitas já estão demasiadamente exploradas e, verdade seja dita, para um disco assim poder marcar, tem que virar do avesso o que já está bem assente, apresentando algo fora do habitual, ou então tocar tão excepcionalmente este estilo que cada momento do álbum seja fantástico. Infelizmente, nenhum dos dois acontece aqui e tem-se um disco com temas agradáveis de se ouvir mas que acabam por se tornar dispensáveis após tocarem e esse é o calcanhar de Aquiles deste trabalho: ou nunca se ouviu bandas como Winterfylleth, Drudkh, Ulver antigo (de “Nattens Madrigal” para trás) e Imperium Dekadenz; ou este álbum não irá ser relevante de todo.
“Hex” chega ao fim com “White Faces Silver Chimes”, um tema essencialmente folk a lembrar muito os saudosos Agalloch. Uma balada melancólica que acaba por reflectir que esta banda podia ter feito algo melhor, que estava a tentar, mas que acabou por ficar algures a meio caminho.
Nota: 6/10
Nota: 6/10
Review por Tiago Neves