Parece
incrível, mas é verdade. O festival Under the Doom vai realizar
este ano a sua 7ª edição. A qualidade dos cartazes apresentados ao
longo dos anos anteriores, consagrou o lugar que este festival merece
junto dos amantes de música pesada. Este ano, o evento vai decorrer
a 6 e 7 de dezembro no RCA Club e a 8 do mesmo mês no LAV – Lisboa
ao Vivo. Sim, a organização optou por regressar aos três dias de
festival, sendo que o primeiro, será em jeito de warm up.
Quem
já foi a uma das anteriores edições, pôde com certeza comprovar o
esforço da organização para conseguir apresentar um cartaz onde
constem bandas de doom metal, nas suas mais diversas variantes, mas,
como nem só de doom vive o metaleiro, juntar artistas de outros
estilos musicais. A diversidade é uma das imagens de marca do Under
the Doom, que procura também apresentar sempre um bom leque de
bandas portuguesas. Este ano foram sete as escolhidas.
Para
vos abrir um pouco o apetite, a Metal Imperium visa com este artigo
falar-vos um pouco sobre cada uma das bandas que vão pisar os palcos
do RCA Club e do LAV (Lisboa ao Vivo) nos dias 6, 7 e 8 de dezembro.
Antes de começarmos, é importante referirmos que os passes gerais para os 3 dias encontram-se esgotados. Ainda poderão comprar bilhetes diários para os dias 7 e 8, sendo que para o dia 7 (Sábado), no RCA Club, também poucos bilhetes se encontram disponíveis.
Em alternativa poderão comprar os bilhetes diários em bilheteira.fnac.pt.
Para o dia 6 sexta-feira, (warm up day) a venda será exclusiva no próprio dia por 15€.
Bilhetes em formato físico nos seguintes locais:
Carbono Amadora
Glam-o-Rama Lisboa
Abep Lisboa
Lojas Fnac (todas as bilheteiras FNAC do país)
Loja Piranha Porto
Loja Bunker Porto
Bilhetes em formato físico nos seguintes locais:
Carbono Amadora
Glam-o-Rama Lisboa
Abep Lisboa
Lojas Fnac (todas as bilheteiras FNAC do país)
Loja Piranha Porto
Loja Bunker Porto
Dia
6
Dogma
Vai
caber a esta banda de Queluz a responsabilidade de dar o pontapé de
saída para este festival. Com uma atividade assinalável, facilmente
verificável pelos concertos dados recentemente, os Dogma
encontram-se preparados para mostrarem o seu doom metal gótico,
cantado em português pela sua dupla mista de vocalistas. O público
que conta estar presente no RCA no dia 6, tem sem dúvida aqui uma
boa razão para comparecer atempadamente.
Wildnorthe
Também
portugueses, mas da cidade de Lisboa, surgem os Wildnorthe. Banda que
na sua origem contava apenas com dois elementos na sua formação
(Sara Inglês e Pedro Ferreira), mas que decidiu recrutar os serviços
do baterista João Vairinhos, um up-grade para os seus concertos. O
facto de o seu álbum “Murmur”, ser lançado apenas dias antes da
sua atuação no Under the Doom, só vem aumentar ainda mais o
interesse sobre o seu espetáculo, que promete ser bastante dark.
Total
Death
Do
Equador chegam os Total Death com o seu doom/death metal. Este
quarteto sul americano encontra-se em funções desde 1991 e têm um
novo EP para promover. “La Noche Oscura del Alma”, lançado este
ano. Serão a única banda desta edição a cantar em castelhano e,
para além disso, existe também a curiosidade adicional em saber se
irão tocar algum tema dos seus primeiros trabalhos. É que no
princípio da sua carreira, os Total Death tocavam black metal.
Outshine
Os
Outshine vêm de Gotemburgo, Suécia e tocam um gothic rock/metal com
bastante melodia. A banda encontra-se em atividade desde 1998, com
constantes alterações ao seu line-up. Nada que os aborreça, pois
até brincam com esse assunto dizendo que já sofreram mais
alterações na sua formação do que os The Cure. Com este novo
vocalista, Jimmy Boman, que por acaso até tinha sido um dos
fundadores da banda, eles procuram uma nova sonoridade. Algo que,
segundo eles, os aproxime dos Type O Negative e Systers of Mercy. Uma
banda a ter em atenção, certamente.
Nighttime
Birds
Segundo
a Notredame Productions, serão os Nighttime Birds a encerrar o
primeiro dia desta edição do Under the Doom. Não são uma banda de
originais. Tal como o nome indica, são uma banda de tributo aos The
Gathering e vamos com certeza poder escutar temas, em concreto, deste
mítico álbum de atmospheric doom. A fasquia foi colocada alta, se
nos lembrarmos de que a vocalista neste trabalho era somente, Anneke
Van Giersbergen. Será um prazer recordar temas deste álbum.
Dia
7
Petrichor
O
segundo dia do evento tem início com uma das muitas bandas
britânicas que figuram no cartaz deste ano. Falamos dos Petrichor.
Esta recente banda tem apenas dois álbuns na bagagem e é espectável
que se foquem em “No Silver Lining: A Return to Rain” lançado no
ano passado. Os Petrichor movem-se dentro do doom melódico, a que
juntam um pouco de death metal. Recentemente foram banda de suporte
para um concerto dos A Pale Horse Named Death em Liverpool.
Consecration
Mais
uma banda inglesa. Desta vez os Consecration que, tal como os
Petrichor, tem apenas dois álbuns editados. Esta banda de Norwich,
no entanto, não faz tanto uso de melodias nos seus temas como os
seus conterrâneos. Podemos esperar um som mais pesado e agressivo
por parte destes britânicos que irão aproveitar a sua presença
neste evento, para dar a conhecer ao público português, temas do
seu último álbum, “Fragilium”, lançado em julho do corrente
ano.
Wells
Valley
Primeira
banda portuguesa a atuar neste segundo dia de festival, os Wells
Valley trazem uma surpresa. A apresentação do seu último álbum,
lançado dia 8 de novembro, será feita em exclusivo neste evento.
“Reconcile the Antinomy” tem sido alvo de críticas muito
positivas e certamente o seu pós-metal irá resultar bem ao vivo.
Solstice
Mais
uma banda inglesa de doom metal épico. No ativo desde 1990, têm uma
carreira interessante, alicerçada em três LPs e dois EPs. Contam na
sua formação com o experiente guitarrista Richard Walker, conhecido
pela sua passagem por bandas como Napalm Death e Nailbomb.
Daylight
Dies
Estes
norte americanos são os senhores que se seguem. Estando afastados há
já algum tempo dos registos discográficos, contam na sua carreira
com alguns álbuns muito bons, como é o caso de “A Frail
Becoming”, de onde irão certamente tocar alguns temas nesta noite.
Esta banda da Carolina do Norte toca doom, ao qual junta a dose certa
de death metal melódico. A qualidade dos seus quatro álbuns de
originais, cria fundadas espectativas em redor da sua atuação neste
festival.
Alcest
Chegámos
finalmente ao primeiro grande nome do festival. Cabeças de cartaz
para este segundo dia, os Alcest dispensam apresentações. Com uma
quantidade considerável de admiradores no nosso país, estes
franceses, que nos têm visitado com regularidade, vão com certeza
contagiar todos os presentes com o seu pós-metal nostálgico e
sombrio. De salientar ainda que a banda lançou recentemente o seu
último álbum, “Spiritual Instinct” e que já adiantou datas
para a sua turné de promoção a realizar no início do próximo
ano. Com certeza que na sua atuação no Under the Doom não deixaram
de tocar temas desse registo, a que juntarão também alguns dos seus
clássicos.
Dia
8
Pântano
É
em português que se vai iniciar o terceiro e último dia deste
festival. Esta banda que é composta por músicos provenientes de
bandas como WAKO, Low Torque e Subversive, exploram neste projeto um
southern rock a que injetam um pouco de grunge. Os Pântano são
provenientes de Almeirim e têm estado muito ativos no que se refere
a concertos, com vários já agendados para depois do Under the Doom.
Heavenwood
Os
Heavenwood são aquele tipo de banda capaz de se encaixar
perfeitamente neste festival. Mais ainda, se for no mesmo dia em que
os Paradise Lost vão atuar, como é o caso. Os seus concertos são
normalmente de grande qualidade e os temas de “The Tarot of the
Bohemians”, que é um fantástico álbum, diga-se, funcionam muito
bem ao vivo. Quem for a este festival, tendo como objetivo principal
assistir à atuação dos Paradise Lost, vai ficar igualmente
agradado com o metal gótico destes nortenhos.
Darkher
Falar
sobre os Darkher é falar sobre Jayn H. Wissenberg, pois ela é a
banda. Esta multi-instrumentista é, para além de tudo o mais,
também a compositora dos temas que constam nos seus dois registos,
um LP e um EP. Com a total liberdade criativa que advém do facto de
os Darkher serem o seu projeto, ela criou música que é, não raras
vezes, comparada a Chelsea Wolf. Existe muita expetativa em torno da
estreia desta banda em Portugal, pois a sua música surpreendeu pela
positiva, restando saber como se revelará ao vivo.
Ardours
Esta
banda que conta com a voz de Mariangela Demurtas, conhecida vocalista
dos Tristania, surpreendeu tudo e todos com o seu álbum de estreia
“Last Place on Earth”. Na verdade, os temas que constam neste
trabalho são de inegável qualidade. A simbiose entre Mariangela e o
produtor e músico Kris Laurent deu imediatamente frutos e o público
do Under the Doom pode esperar um bom espetáculo de metal gótico
por parte dos Ardours. Para este concerto, a banda já fez saber que
irá contar com os serviços de Daniel Cardoso na bateria.
Disillusion
Já
a caminhar para o fim do festival, será a vez dos germânicos
Disillusion mostrarem a todos os presentes no Under the Doom o seu
death metal melódico. Esta banda, que tem uma música bastante
progressiva, lançou recentemente “The Liberation”, o seu último
álbum. Com a promoção desse seu novo trabalho em mente, a banda
não deixará de tocar temas desse álbum, a que juntará, muito
possivelmente, músicas dos seus anteriores registos.
Paradise
Lost
Que
dizer destes monstros da música pesada? A sua discografia fala por
si. Clássicos e mais clássicos que saíram dos seus álbuns, e
foram muitos, ao longo dos seus mais de trinta anos de carreira. Numa
fase em que procuram retomar uma sonoridade mais pesada, estes
versáteis músicos não deixarão de visitar os álbuns “Icon”,
“Draconian Times”, ou mesmo “Host”, para em jeito de
retrospetiva percorrerem a sua carreira musical e todos os estilos
musicais que abraçaram em determinada altura. Encerrar este festival
com a atuação dos Paradise Lost é fazê-lo com chave de ouro. Os
concertos destes ingleses que nos costumam visitar frequentemente têm
selo de garantia e a satisfação do público estará assim
assegurada.
Por: António Rodrigues - 16 Novembro 19