As primeiras impressões contam e esta é boa.
Logo na primeira canção, “Petrichoor”, a intro poderosa faz-nos sentir na pele a potência das rufadas da bateria e os vocais com toque agressivo, constrastando com a melodia que os Novembers Doom nos tinham habituado. O primeiro impacto é o contacto com um doom mais acelerado e complexo que nos faz viajar para outros mundos.
Quanto à faixa que dá título ao álbum, “Nephelim Grove”, poderia dizer que o início seria uma potencial “power balad” dos tempos modernos, mas... eis que se intensifica numa metamorfose musical. O sentimento de harmonia, mesmo com tal melancolia, sobrepõe-se, já para não falar da composição irrepreensível, da fusão do doom com elementos mais progressivos. Destaco também a voz sóbria mas emotiva e hipnótica de Paul Khur. Atreveria-me a dizer que esta faixa poderia ser muito bem a epopeia musical do álbum.
No decorrer da escuta do disco faço também referências para as faixas “Adagio” e “ The Clearing Blind”, ambas apresentam riffs de guitarra energéticos e viciantes, ao qual se junta o melhor dos dois mundos: instrumentais lentos e mais intensos, acompanhados pelo contraste de vocais crus e límpidos. Em suma, “Nephelim Grove” é a afirmação da sua música para um doom mais progressivo, podemos ver umas semelhanças aqui e ali de Mastodon e Opeth, no entanto, estão presentes os elementos fundamentais do doom mais purista: growls e vocais mais cristalinos, confrontando a agressividade e raiva vs a suavidade melancólica.
Assim, encerramos um céu infinito de novembro sempre chuvoso e cinzento.
Nota: 9/10
Nota: 9/10
Review por Ana Rita Cruz