“Welcome Home” é o sexto e mais recente álbum dos Hellyeah, banda que foi formada por Chad Gray e Greg Tribett dos Mudvayne, Tom Maxwell dos Nothingface, Bob Zilla dos Damageplan e, por fim, na bateria, o nosso grande Vinnie Paul. Digamos que esta mistura de estilos musicais, dinâmicas e backgrounds diferentes de cada músico veio dar muita força e estrutura a esta banda de origem americana, mais propriamente de Dallas.
Este álbum foi facilmente um dos CDs mais esperados deste ano, no sentido em que aborda vários sentimentos e as suas nuances, infelizmente devido ao evento trágico da morte de um dos irmãos mais queridos na nossa comunidade. Vinnie Paul faleceu a 22 de Junho do ano passado, juntando-se assim ao seu irmão mais novo, o lendário Dimebag Darrel (com 38 anos, assassinado em palco durante um concerto) in heaven (a sua nova casa – home).
“Welcome Home“ representa bastante aquilo que os Hellyeah têm vindo a construir ao longo do tempo: músicas sólidas, simples de se ouvir e com um carisma sempre forte, com um toque de realidade, abordando assuntos como a depressão e melancolia. Já temos alguns exemplos disto nos álbuns anteriores, mas aqui é tudo levado um pouco mais ao extremo, embora este CD seja relativamente menos melódico e mais “agressivo” (compreensível, o grupo perdeu um dos músicos mais importantes da comunidade de metal). E, com isto, elevam-se faixas como a de abertura – “333” - que é um clássico de Hellyeah, sempre a bombar, passando pela “Oh My God”, exemplo perfeito do referido acima: o Chad Gray consegue ser tão “elástico” com a voz, como de repente passa ao modo mais bruto ou a uma melodia fantástica, como só ele nos habituou. A “Welcome Home” é um dos singles e representa muito bem este CD. Mostra, mais uma vez, a fantástica voz do vocalista, as influências de cada músico estão presentes e salienta ambas as facetas dos Hellyeah mencionadas acima. Sendo talvez um pouco óbvio até, a “Black Flag Army” não é sobre um grupo de piratas, mas sim uma tentativa de escrever um hino, equiparando até a ideia da “Heretic Anthem” dos Slipknot. Já a aproximarmo-nos do grande final, a “Perfect” complementa a “Boy” ao nível da sonoridade.
Por último, chegamos ao tema “Sky And Water”, cuja letra se foca na morte do Vinnie. Provavelmente a faixa que mais transborda sentimento, mágoa e que não deixa ninguém indiferente. A banda abraça-nos aqui com uma melodia incrível e transmite nostalgia e saudade. Conseguem sentir?
"Choking back my tears again today
I can hear your voice, I can hear you say
Don't sweat the small stuff
And just keep on keeping on
Where the sky meets the water
I see you"
Embora os Hellyeah não sejam ainda considerados uma banda de renome a nível mundial, os seus álbuns têm vindo a progredir e, quem sabe, talvez venham a atingir o topo. Este álbum só veio salientar ainda mais o talento que cada um dos elementos tem. Em geral, transpira a qualidade a que eles sempre nos habituaram.
R.I.P. Vinnie Paul
Nota: 8/10
Nota: 8/10
Review por Bruno Madail