Os Abrantinos Congruity lançaram em dezembro passado, o seu aguardado álbum de estreia homónimo, debaixo do selo da BoneSaw Entertainment e com este registo demonstram toda a experiência arrecadada nestas quase duas décadas de existência.
O álbum abre cedo com "Burden of Life", com um forte fedor a anos 90. Samples na intro e um riff inicial lento e eerie emanam a mesma aura de muitas bandas do auge do OSDM. Rapidamente aceleram o passo e entram logo a pés juntos, a um ritmo bestial (no verdadeiro sentido da palavra) e nos apresentam um cheirinho do que vai ser o álbum: riffs pesados de Death Metal alternados com blitzkriegs de Black Metal, e um registo vocal que varia entre os guturais das bandas mais brutais do género a shrieks de rasgar a garganta.
Na seguinte faixa "Departure From Light" temos o momento mais Melodic Death Metal do álbum, com alguns riffs que poderiam vir de uma das bandas da cena de Gotemburgo. Logo de seguida, após uns breaks de Grindcore, a banda continua a mostrar a sua costela escandinava, desta vez com riffs frios e uma clara influência de bandas como Immortal. A cima de tudo, os Congruity são reminiscentes dos lendários mexicanos, The Chasm, no modo como misturam o Old School Death Metal com alguns elementos de Black Metal e com as melodias, sem nunca perderem o foco. Esta faixa, uma das mais fortes do álbum, conclui ainda com um excelente solo de guitarra.
"Betterment" e "Breeding Wound" seguem o mesmo caminho, sendo que a segunda é também dos momentos mais altos deste álbum, com um excelente riff na onda de Dissection, excelentes mudanças de tempo e um "Ugh" à Tom G. Warrior. De seguida vem "Path of Darkness", das faixas mais implacáveis do álbum assim como das mais cruas, mas que tem também das secções mais melódicas, com o melhor solo deste lançamento. É de notar que os Congruity, mesmo nas partes mais melódicas, nunca reduzem a intensidade, isto é violência pura e dura até ao fim.
No geral, os Congruity conseguiram com o seu homónimo um excelente trabalho, que mostra a maturidade de uma banda que já anda na estrada há quase 20 anos, que com todos os contratempos formaram uma máquina bem oleada, e que são sem dúvida uma das potências do Death Metal nacional. Os instrumentos são claros, até mesmo o baixo é bem audível e está debaixo dos holofotes no início da ótima "Throne of Rats". Claro que a produção podia ter melhorias, especialmente no âmbito da bateria, mas nada que retire a qualidade à música.
Que venham mais 20 anos e com mais lançamentos que os que vieram nos primeiros. Por agora, já confirmados, vão poder vê-los no excelente Oeste Underground Fest IV, em novembro, e em março, no XXXAPADA Morbid Sessions, com os gigantes Akercocke e Nader Sadek.
Nota: 8.2/10
Nota: 8.2/10
Review por Filipe Mendes