Foi lançado na última sexta-feira, o novíssimo álbum dos franceses Catchlight. Tal como haviam feito no anterior trabalho, “Helios – Part One” é também um álbum conceptual, abordando temas relacionados com o fim da humanidade, luta pela sobrevivência, tudo num ambiente futurista, do qual a capa é um perfeito exemplo.
Os Catchlight tocam um Pós-Rock/Metal Progressivo e fazem-no desde 2016. O primeiro tema deste novo álbum funciona perfeitamente como introdução. “Hemera” é o nome da faixa inicial e a única onde não encontramos vocais. Nos restantes seis temas somos brindados com boas músicas, algumas delas muito boas mesmo, onde descobrimos um som muito completo e preenchido instrumentalmente. Desenganem-se, no entanto, se esperam encontrar longos solos de guitarra ou mesmo de sintetizadores. Aqui, é mesmo Sébastien Arnaud, o vocalista, quem brilha, ora cantando com raiva, ora como que nos segredando ao ouvido, sendo o seu desempenho o principal responsável pela força que os temas apresentam. Na verdade, toda a composição instrumental parece ter como objetivo tornar-se a plataforma perfeita para a sua voz.
Podemos destacar as faixas “Insurrection”, primeiro single, “Cyclops” e “Resurrection” como sendo das melhores malhas deste trabalho, embora esteja todo este muito consistente. Os temas não são repetitivos, nem demasiado longos como por vezes acontece neste género musical e fazem-nos aqui e ali lembrar os Soen. A voz torna essa comparação inevitável, como por exemplo no tema “Resurrection”. Nesta música em particular podemos sentir toda a força desta jovem banda. Um início calmo que vai adquirindo energia ao longo dos seus oito minutos de duração, para fechar com chave de ouro, não só a faixa, mas consequentemente o álbum.
Sendo ainda uma banda recente, os Catchlight surpreenderam em 2016 e receberam com o seu álbum de estreia críticas muito favoráveis, inclusive aqui na Metal Imperium. “Helios – Part One” segue as pisadas do seu antecessor, sendo a prova clara de que a banda se encontra no bom caminho para manter a fasquia elevada e assim defender esse lugar já conquistado. Tudo isto nos deixa bastante ansiosos por um possível “Helios – Part Two”.
Nota: 8.9/10
Review por António Rodrigues