Proveniente do Aldebaran Circle, coletivo lusitano de Raw Black Metal que conjurou o ano passado alguns dos melhores lançamentos que o projeto teve para oferecer. Occelensbrigg, projeto de um única mente de mesmo nome, lançou aqui o seu álbum de estreia sob o estandarte da Harvest of Death.
Apesar de nascido o ano passado o ano passado, este projeto conta já com cinco lançamentos, sendo eles dois demos, duas splits e este longa duração, tendo uma split e uma demo sido lançadas já este ano. No entanto, para quem está familiarizado com os lançamentos anteriores do projeto, já terá uma ideia do que se trata neste lançamento.
De facto, o som de Occelensbrigg não evoluiu muito, nem sofre variações no decorrer do álbum (que tem mais de 40 minutos), mas este não é um projeto dado a progressivismos.
Esta hermética entidade que é Occelensbrigg traz-nos, mais uma vez, um som denso e caótico, totamente inerte e árido, composto por uma série de elementos, cada um tão inacessível como o outro. A bateria é rústica, crua e desajeitada, tal como nos outros projetos do Aldebaran Circle, sendo o elemento que põe mais ouvintes de "pé atrás" quanto à sonoridade destas bandas. É no entanto algo bastante único ao Black Metal nacional que traz um certo caráter genuíno à música, assim como acrescenta ao caos e a este sentimento de Black Metal cavernoso, feito por um espetro isolado nas florestas de Sintra. Os vocais secos, arcanos e sem alma são o único elemento que é sempre claro ao longo do álbum, enquanto que as guitarras, sempre em tremolo picking, com a crueza da produção formam uma corrente contínua de som, com um vendaval incessante a uivar por entre as folhas de carvalho numa noite de lua cheia.
Occelensbrigg é de facto um projeto bastante único e recomendo aos fãs da cena nacional de Black Metal a vivenciar este álbum, especialmente a primeira faixa, "The Revenge of the Imposing Oak Forest", faixa muito bem conseguida e ponto alto do álbum. Não estamos, no entanto, na presença de um registo que vá sobreviver os testes do tempo, dado a sua repetição e monotonia não o imagino a despoletar muitas visitas futuras.
Nota: 7.5/10
Review por Filipe Mendes