Os Hipérion, banda de heavy metal portuguesa, nasceram em 2010, apenas com três elementos. Actualmente são um quinteto (Paulo Bandão – voz; Agostinho – guitarra; Hélder Soares – guitarra; João Costa – Baixo e Filipe Costa – bateria) e lançaram o seu último trabalho, Witchery, em Fevereiro deste ano.
M.I. - Hipérion – oitava maior lua de Saturno; Titã, filho de Urano e Gaia, a sua união com Teia gerou Selene (a lua), Hélios (o sol) e Eas (a aurora). Porquê a escolha deste nome tão associado à mitologia e cosmologia?
O Heavy Metal sempre teve alguma ligação à mitologia, e nós tentamos procurar por aí... Encontrámos alguns nomes que poderiam servir e tiramos um à sorte... Ficou Hipérion...
M.I. - Qual a inspiração para “Witchery”, o vosso último trabalho?
As músicas foram aparecendo naturalmente, as inspirações foram várias, pois temos várias temáticas nas 8 músicas do álbum. Vamos desde o misticismo da "The Mighty Excalibur", até à triste realidade do terrorismo em "My Revenge", passando pelo valor da união e força do Heavy Metal em "Die for Metal"...
M.I. - Falando ainda de “Witchery”, que foi “edição de autor”. Porquê esta opção que, cada vez mais, tem sido a opção de muitas bandas nacionais?
O mundo da música está em constante transformação, e o Metal não foge ao problema... Com o aparecimento das plataformas de distribuição de música pela Internet a necessidade de comprar um álbum físico foi diminuindo, levando à perda de influência sobretudo das editoras mais pequenas, que deixaram de apresentar soluções "apetecíveis" para as bandas... No nosso caso nenhuma das propostas que tivemos era apelativa...
M.I. - E se uma editora se mostrasse interessada no vosso trabalho?
Estamos sempre abertos a todas as sugestões...
M.I. - Fazer Heavy Metal nos dias de hoje, em Portugal, é conquistar novo público, ou uma reinvenção permanente para manter o público que já existe?
Talvez seja mais difícil conquistar novo público do que manter a "velha guarda"... Quem ouve Heavy Metal há mais anos e vem sobretudo dos "gloriosos 80" é mais fiel e segue mais de perto... O público mais novo é mais variado nos gostos musicais e não fica tão "agarrado" ao Heavy Metal...
M.I. - E quem é o vosso público?
São sobretudo os fãs da NWOBHM...
M.I. - Como está a ser o ano de 2018 para os Hipérion, em termos de actuações ao vivo?
Está um pouco fraco... estivemos no Tondela Rocks e no Cambra Metal Fest e pouco mais... Fica um pouco a ideia que os promotores apostam cada vez menos no Heavy Metal...
M.I. - Como é que definem a vossa sonoridade?
Heavy metal puro e duro... Uma mistura entre Judas, Maiden, Accept e um pouco de OVERKILL...
M.I. - Com oito anos de existência, o que é que mudou nos Hipérion? Qual o balanço que fazem?
Mudámos todos... Hoje estamos mais unidos e mais assertivos... Somos mais banda...
M.I. - Projectos para o futuro…
Estamos a trabalhar num EP que contamos apresentar no próximo ano e que contará com 5 músicas cantadas em português... Vamos variar um pouco... Obrigado pela oportunidade que nos deram para podermos mostrar um pouco mais do nosso trabalho. Que o Metal fique convosco!
Entrevista por Rosa Soares