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Daron Malakian and Scars on Broadway - "Dictator" Review


Após dez anos de silêncio, o projecto a solo do guitarrista dos System of a Down, Daron Malakian, regressa com um álbum que começa da mesma forma que o álbum de estreia, de forma frontal e directa. Aliás, o tema de abertura, “Lives”, foi o escolhido como single para publicitar o álbum e dita o mote sonoro para o seguinte registo.

“Angry Guru” mantém o ataque directo do tema de abertura, algo que era característico do álbum deste projecto. Com efeito, “Scars on Broadway” de 2008 era um álbum directo cujos temas iniciais se seguiam uns aos outros sem pausa para respirar, até chegarmos a cerca de metade. 

Ora, ao chegarmos ao tema-título, temos a confirmação de que a guitarra ritmo e a voz de Daron Malakian são os principais instrumentos deste lançamento, deixando de parte a experimentação por via de teclados, sintetizadores e mellotron, que davam cores diferentes ao primeiro disco.

“Dictator” trata-se de um disco mais directo que o seu predecessor, notando-se a ausência da influência dos músicos convidados daquele lançamento e do próprio John Dolmayan, baterista e o único membro oficial da banda além de Daron Malakian, que traziam algo mais às composições deste projeto (há que sublinhar que neste disco todos os instrumentos são tocados por Daron Malakian).

No entanto, não deixa de haver instrumentação distinta da formação baixo, guitarra, bateria em “Fuck n’ Kill”. Na verdade, este tema quebra a “rotina” estabelecida pelos temas antecedentes, com variações na sonoridade que tornavam única a sonoridade dos “Scars on Broadway” face às restantes bandas de hard rock. 

A entrada sombria de “The Guns Are Loaded” serve de prelúdio para um refrão a lembrar Mastodon. Ironicamente, “Never Forget” leva o som da banda de novo ao disco anterior, relembrando “Exploding/Reloading” do álbum de estreia. O tema seguinte, “Talking Shit”, pega neste fio condutor sonoro, dando-lhe prosseguimento, estrutura que torna “Dictator” num álbum contínuo, em vez de só um conjunto de temas.

“Till the End” retoma o tema lírico da faixa de abertura, mas em forma de balada hard rock, com maior ênfase na expressividade da voz de Daron Malakian, a relembrar “Lonely Day” dos System of a Down. Com “We Won’t Obey”, parecemos voltar à sonoridade que abriu o disco, completando o ciclo. O tema seguinte, “Sickening Wars”, relembra o álbum de estreia com os instrumentos sempre com o “pé no acelerador”, e a voz a oscilar na entoação da melodia.

A calma regressa com o instrumental "Gieu Mon "My Son"", terminando o disco com o abrasador, “Assimilate”, sendo que ambos são versões de outros artistas. Com efeito, ao chegar ao final, “Dictator” prova ser um álbum interessante e desafiador que consegue apanhar o ouvinte desprevenido, dadas as diversas mudanças de sonoridade que vão surgindo de forma inesperada. No entanto, esta intensidade pode desaparecer com audições contínuas.

Nota: 7/10

Review por Raúl Avelar