2018 é sem dúvida um ano cheio de prendas para o mundo da música agressiva. Os Chelsea Grin ajudaram nesta colheita e, neste ano, lançaram "Eternal Nightmare". A banda estadunidense, com formação atual de David Flinn, Pablo Viveros, Stephen Rutishauser e Tom Barber, oferecem um pesadelo de 37 minutos que nos dá completamente a volta à cabeça.
"Dead Rose", faixa com que o álbum começa, atormenta-nos a alma com vozes vindas do inferno e riffs rápidos, honrando as obras feitas previamente pela banda. A banda, que faz as maravilhas às camadas mais jovens de ouvintes de música pesada, tenta aproximar-se dos restantes, com pequenos solos de guitarra. "The Wolf" começa com influências industriais (quem gostar de Anaal Nathrakh vai certamente sentir-se em casa) e somos logo assaltados por uma maré de riffs rápidos e pesados, vozes assustadoras.
A questão interessante neste álbum é que conseguimos extrair vários géneros de música em todas as faixas, desde o industrial, ao djent, passando pelo death metal. Se há provas que a experiência consegue maravilhas, Chelsea Grin não fogem à regra. "9:30am" oferece pelo meio da música um bom mini-solo de pedais duplos que transportam o ouvinte para outra faceta mais demoníaca. Vozes rasgadas, gritos de guerra e desespero são também uma das imagens de marca da banda proveniente dos Estados Unidos. De destacar também são os breakdowns, já tão bem conhecidos pelos ouvintes desta banda.
Algures durante "Scent of Evil", somos prendados por um mini-solo de guitarra seguido de um berro longo da autoria de Tom Barber, e temos a certeza de que a espera de aproximadamente dois anos valeu a pena. Para quem goste de Deathcore e suas variantes, pode ter a certeza de que será bem acompanhado numa viagem ao mais mórbido pesadelo. De destacar também "Hostage" e "Nobody Listened" onde os pedais de Pablo Viveros causam inveja.
Depois de "Outliers", o álbum despede-se de nós com "Eternal Nightmare", música que dá nome ao álbum, e ao longo de 3 minutos já sabemos o que pesadelo na linguagem de Chelsea Grin significa: vozes rasgadas, graves e afiadas, riffs rápidos e profundos, pedais que assombram.
Aos Chelsea Grin, os meus parabéns. Espero que nos possam trazer mais pesadelos como estes, ou ainda mais pesados.
Nota: 9/10
Review por Carolina Lisboa Pereira